São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sasha Waltz faz platéia escolher roteiro

DO ENVIADO A BERLIM

Se a Bienal de Berlim, em seus locais expositivos, é composta por obras bastante herméticas, de difícil interação com o público, o mesmo não acontece com a "instalação coreográfica" "insideout", da alemã Sasha Waltz, que também faz parte da bienal.
Criada para o Festival de Graz, na Áustria, no ano passado, "insideout", apresentada agora no Schaubühne, teatro no qual Waltz é uma das diretoras, busca uma participação ativa do espectador.
Para tanto, a coreógrafa eliminou a tradicional relação palco/ platéia e criou uma série de ambientes interligados, nos quais os bailarinos fazem suas performances, exigindo que o observador caminhe o tempo todo, escolhendo seu roteiro. "O próprio público se transforma em ator", afirma.
Em São Paulo, uma proposta muito similar foi realizado pelo grupo Corpo de Baile, que se apresentou no Paço das Artes, na mostra "Metacorpos", no final do ano passado, com curadoria de Daniela Bousso.
Com um elenco de 19 bailarinos, de diversas nacionalidades, "insideout" trata da questão da identidade, algo bastante comum na dança/teatro alemã, a partir de uma frase do poeta T.S. Eliot: "O lar é de onde partimos".
"Procuramos apenas criar um espetáculo a partir de nossas próprias histórias, com a nossa própria linguagem, ou seja, a dança. Claro que isso é transformado e, muitas vezes, até mesmo algo de errado que fizemos em nosso percurso acaba sendo corrigido no espetáculo", diz Waltz. (FCY)

Texto Anterior: "Fatia" do MoMA vira febre na capital alemã
Próximo Texto: Ilustrada: Mostra sobre Picasso na Oca reúne mais de 7.500 no 1º dia gratuito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.