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Sasha Waltz faz platéia escolher roteiro
DO ENVIADO A BERLIM
Se a Bienal de Berlim, em seus
locais expositivos, é composta por
obras bastante herméticas, de difícil interação com o público, o
mesmo não acontece com a "instalação coreográfica" "insideout",
da alemã Sasha Waltz, que também faz parte da bienal.
Criada para o Festival de Graz,
na Áustria, no ano passado, "insideout", apresentada agora no
Schaubühne, teatro no qual Waltz
é uma das diretoras, busca uma
participação ativa do espectador.
Para tanto, a coreógrafa eliminou a tradicional relação palco/
platéia e criou uma série de ambientes interligados, nos quais os
bailarinos fazem suas performances, exigindo que o observador
caminhe o tempo todo, escolhendo seu roteiro. "O próprio público
se transforma em ator", afirma.
Em São Paulo, uma proposta
muito similar foi realizado pelo
grupo Corpo de Baile, que se
apresentou no Paço das Artes, na
mostra "Metacorpos", no final do
ano passado, com curadoria de
Daniela Bousso.
Com um elenco de 19 bailarinos, de diversas nacionalidades,
"insideout" trata da questão da
identidade, algo bastante comum
na dança/teatro alemã, a partir de
uma frase do poeta T.S. Eliot: "O
lar é de onde partimos".
"Procuramos apenas criar um
espetáculo a partir de nossas próprias histórias, com a nossa própria linguagem, ou seja, a dança.
Claro que isso é transformado e,
muitas vezes, até mesmo algo de
errado que fizemos em nosso percurso acaba sendo corrigido no
espetáculo", diz Waltz.
(FCY)
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