São Paulo, quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

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TELEVISÃO

Aos 68 anos, Betty Faria estreia cabelos brancos em novela do SBT

"Me rebelei; por que o Celulari e o Caetano podem e eu não?", questiona a atriz

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Isso aqui vai gerar polêmica", prevê Betty Faria, 68, enquanto levanta sua franja com os dedos e mostra à Folha os fios grisalhos abaixo da tintura.
"Sempre quis deixar meus cabelos brancos. Será a primeira vez. Os cabeleireiros são contra, querem pintar", afirma a atriz, em um restaurante de São Paulo onde o SBT lançou, ontem, sua nova programação.
Betty será Amália Petroni, uma "mamma italiana", na novela "Uma Rosa com Amor", com estreia marcada para 1º de março. A personagem é mãe da protagonista, Rosa, interpretada por Carla Marins, 41.
Segundo Betty, seu novo papel "é um pretexto" para deixar a tintura capilar de lado.
"Por que a mulher tem de vender juventude sempre? Quero vender meu personagem. Se fizer uma puta velha, pinto o cabelo de ruivo."
Para ela, "é preconceito achar que só os homens podem deixar os cabelos grisalhos ou brancos". "Por que o Caetano pode e eu não? E o Celulari, que está lindo?", provoca ela, sobre o cantor baiano, 67, e o ator, 51, que exibem a cabeleira natural.
"Sou rebelde, sempre serei", afirma Betty, estrela do evento do SBT, que reuniu o elenco da nova novela, além de Tiago Santiago (autor do remake de 1972, de Vicente Sesso), Del Rangel (diretor da novela) e Richard Rasmussen, que apresentará "Aventura Selvagem" a partir de 6 de março.
A entrevista acabara de começar, e Betty levantou a mão para reclamar da falta de cadeiras -algumas pessoas se sentaram no chão. Quando Rasmussen pegou o microfone para falar sobre seu programa, ela bateu palmas e disse alto: "Te vi beijando um bichinho".
Depois, aos fotógrafos, pediu pressa, pois o ambiente estava uma sauna. E, quando uma repórter perguntou sobre sua "mudança de emissora", ela respirou fundo, como quem conta até dez, e disse: "Não troquei de emissora, querida, porque não sou de nenhuma emissora. Estou de passagem pela vida, como pelos trabalhos".


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