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"Que vergonha, senhor Bush", diz Michael Moore ao receber Oscar
DA REPORTAGEM LOCAL
"Que vergonha, senhor Bush,
vergonha do senhor!" O cineasta
Michael Moore fez o mais contundente e exclamativo discurso
anti-guerra na cerimônia de entrega do Oscar, ao receber a estatueta de melhor documentário
em longa-metragem, por "Bowling For Columbine" (Jogando
Boliche para Columbine).
Moore subiu ao palco aplaudido de pé pela platéia. Seu filme
trata do assassinato de 13 pessoas
por dois estudantes da escola Columbine, no Colorado, ocorrido
em 1999, e é considerado um libelo anti-armas.
O diretor começou seu discurso
dizendo que havia convidado ao
palco os colegas documentaristas
que concorriam com ele.
"Eles estão aqui em solidariedade a mim. Nós gostamos de documentário, mas vivemos num tempo de ficção, em que temos resultados eleitorais fictícios e um presidente fictício. Estão nos enviando à guerra por razões fictícias. O
seu tempo acabou, senhor Bush".
Enquanto Moore falava e ao fim
de seu discurso, a platéia se dividiu entre vaias e aplausos.
No sábado passado, Moore já
havia feito um discurso anti-guerra e anti-Bush, quando venceu
(também com "Bowling For Columbine") o Spirit Awards -versão independente dos prêmios
Oscar.
"A lição para as crianças de Columbine nesta semana é a de que a
violência é um meio aceitável para resolver conflitos. É uma mensagem triste e doentia", disse
Moore, que usava um broche com
a frase "Shoot movies, not Iraqis"
(um trocadilho com o duplo significado do verbo inglês to shoot
-atirar e rodar [filmes"- , cujo
sentido é "faça filmes, não atire
em iraquianos").
Premiação independente
O Spirit Awards consagrou "Far
from Heaven" (Longe do Paraíso), que venceu nas categorias
atriz (Julianne Moore), ator coadjuvante (Dennis Quaid), diretor
(Todd Haynes) e fotografia (Edward Lachman), além de filme.
"Far from Heaven" acompanha
a vida de uma dona-de-casa de
hábitos comuns cujo marido se
apaixona por outro homem.
Branca, ela se sente atraída por
seu jardineiro negro.
Ao receber o troféu, a atriz Julianne Moore disse: "Somos pais e
ensinamos nossos filhos a não lutar. Lutar não é a resposta".
"Far from Heaven" teve quatro
indicações ao Oscar, incluindo a
de melhor atriz para Moore.
"Não acho que eu vá ganhar o
Oscar", respondeu a atriz, ao ser
perguntada se repetiria na entrega
do Oscar o discurso contrário à
guerra. O Oscar foi para Nicole
Kidman.
Ao apresentar um dos prêmios
Spirit Awards, a atriz Maggie
Gyllenhaal interrompeu a leitura
e disse: "Estamos no meio de uma
guerra. Isso tem a ver com petróleo e é uma vergonha".
Também foram premiados no
Spirit Awards Derek Luke (melhor ator, por "Antwone Fisher"),
Emily Mortimer (melhor atriz
coadjuvante, por "Lovely & Amazing"), Nia Vardalos (melhor performance de estréia, por "Casamento Grego"), Mike White (melhor roteiro, de "The Good Girl"),
"E Sua Mãe Também" (melhor
filme estrangeiro), Erin Cressida
Wison (melhor roteiro de estréia,
"Secretary") e "The Dangerous
Lives of Altar Boys" (melhor filme
de estréia).
Com agências internacionais
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