São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Almodóvar se abre ao melodrama sem reservas

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É um estranho filme "A Flor do Meu Segredo" (TC Cult, 17h55; 12 anos), no qual a escritora Leo (Marisa Paredes) se esconde sob um pseudônimo para publicar seus romances vagabundos e vendáveis.
Amanda Gris é o seu pseudônimo. Ela desperta a apaixonada atenção de um editor de revista literária sofisticada.
O editor, Ángel (Juan Echanove), se interessa pelo trabalho dela, ou por ela, é quase a mesma coisa.
O que torna este filme um tanto particular é ter sido recebido com reservas por seu lado abertamente melodramático, num momento, em 1994, em que Pedro Almodóvar ainda oscilava entre o melô e a comédia, ou antes, tirava o cômico do melô (e às vezes vice-versa).
Pode ser. Mas existe algo de particular neste filme: os personagens nunca estão bem em sua pele. Pisam no solo como quem pisa em brasas.
Há um desajuste fundamental que parece atravessar tudo. Talvez por isso podemos nem ir atrás do filme. Mas, se topamos com ele, fica difícil parar de olhar.


Texto Anterior: Televisão/O melhor do dia
Próximo Texto: José Simão: Em SP, Dia Mundial da Água é todo dia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.