São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 2011

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Liz Taylor morre aos 79 em Los Angeles

Atriz anglo-americana, famosa pelos grandes personagens e pela vida turbulenta, teve insuficiência cardíaca

Símbolo do sistema de estrelato inventado por Hollywood, intérprete foi a primeira a ganhar cachê de US$ 1 milhão

20 th Century Fox/ The Kobal Collection
Elizabeth Taylor em "Cleópatra" (1963), de Joseph L. Mankiewicz

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Elizabeth Taylor, que estava internada no centro médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, desde fevereiro, morreu ontem de insuficiência cardíaca congestiva.
A morte foi anunciada pela rede ABC e confirmada pelo filho da atriz, Michael Wilding. Segundo o assessor de Taylor, ela morreu ao lado dos quatro filhos.
Com sua morte, silencia-se a história de casamentos e separações, de internações hospitalares e glórias. Apaga-se, também, um dos maiores símbolos da Hollywood do século 20.
Foi o último biógrafo da atriz, William J. Mann, autor de "How to Be a Movie Star" (como ser uma estrela de cinema), quem atestou: a despeito de todos os grandes personagens vividos na tela, foi no papel de celebridade que Taylor mostrou-se mestre imbatível.
A mulher de olhos magnéticos e vida pessoal atribulada enlouqueceu as revistas de fofocas muito antes do conceito "jornalismo de celebridades" existir.
Taylor tornou sua imagem milionária quando a indústria do entretenimento ainda não conhecia cifras assim tão altas. Não à toa, Andy Warhol multiplicou sua beleza em "Ten Lizes" (dez Lizes), quadro de 1963 que reproduzia, em serigrafia, o rosto da estrela em tom prateado.
E Liz não parou no tempo. Há dois anos, ela postou, no Twitter, uma informação sobre sua cirurgia cardíaca.

INFÂNCIA ROUBADA
Menina-prodígio, nascida em Londres, em 1932, filha de um marchand e de uma atriz, Taylor praticamente não conheceu a vida fora da tela. Debutara aos nove anos, com "A Coragem de Lassie", e nunca mais parou.
Em entrevistas, dizia se lembrar de ter sido realmente feliz apenas quando era bem pequena, antes de ter sido "roubada" pelos estúdios.
Aos 24 anos, ao dividir a cena com Rock Hudson e James Dean em ""Assim Caminha a Humanidade", viu a mistura de talento e beleza explodir. Tornou-se a primeira atriz a receber um cachê de mais de um US$ 1 milhão.
Viriam a seguir a inesquecível Maggie de "Gata em Teto de Zinco Quente", a estreia no universo de Tennessee Williams, com "De Repente, no Último Verão" e a devoradora de homens e diamantes de "Cleópatra".
Os papéis em "Disque Butterfield 8" e "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?" lhe renderam dois Oscars.

FOME DE AMOR
Como que antecipando o destino das celebridades do final do século 20 e início do século 21, na mesma medida em que crescia o reconhecimento de seu talento, cresciam os escândalos em torno de sua personalidade.
Ela teve oito casamentos e sete maridos -com Richard Burton, casou-se duas vezes. Sua vida emocional estreou nas páginas dos jornais no final da década de 1950, quando "roubou" o marido da atriz Debbie Reynolds, o também ator Eddie Fisher.
Mal tinham sido arrefecido os ânimos públicos, voltou à baila ao trocar Fisher por Richard Burton, seu companheiro de cena em "Cleópatra". O biógrafo Mann conta que o casal chegou a receber ameaças de morte de fãs.
Quase tão tumultuada quanto seus amores, foi sua saúde. A sina dos males físicos parecia ser um eterna ameaça à beleza impecável.
Ainda adolescente, Taylor passou por uma cirurgia na coluna vertebral depois de um acidente. E até o fim da vida foram muitas as temporadas em hospitais por problemas cardíacos, pulmonares, para desintoxicação e, é claro, cirurgias plásticas.


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