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São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2003

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CINEMA

Além do longa dirigido por Hector Babenco, Brasil está na disputa de curtas-metragens com filme de Philippe Barcinski

"Carandiru" entra na competição de Cannes

Divulgação
O ator Rodrigo Santoro em cena de "Carandiru", longa que concorre no Festival de Cannes


PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

Dois filmes brasileiros estão presentes na seleção oficial do Festival de Cannes, que ocorre de 14 a 25 de maio: "Carandiru", de Hector Babenco, na competição de longas, e "A Janela Aberta", de Philippe Barcinski, na de curtas.
"Procuro não criar expectativas. Deixe que os outros descubram o filme. Tenho muito orgulho de apresentar "Carandiru" em Cannes", disse Babenco à Folha. "Cannes é como uma guerra; uma guerra de gente grande. Quem vai é para dar a cara a tapa."
"Carandiru" leva Babenco pela quarta vez a Cannes. Em 1985 ele concorreu com "O Beijo da Mulher Aranha" (prêmio de melhor ator para William Hurt); em 1989, fez parte do júri da competição, e, em 1998, concorreu mais uma vez com "Coração Iluminado".
O festival será a porta internacional de "Carandiru", que no mercado brasileiro se confirmou um fenômeno (somando 1,5 milhão de espectadores em dez dias). No mercado externo, será lançado pela Sony Pictures. "A Sony gosta muito do filme. Como eles não têm a vivência tão próxima da violência, eles vêem "Carandiru" como um grande épico humano", afirmou o diretor.
Já a escolha do filme de Philippe Barcinski (de "Palíndromo") reforça a constância da participação brasileira no programa de curtas. O país ainda se faz presente no festival com "Filme de Amor", de Julio Bressane, na seção paralela Quinzena dos Realizadores (a ser anunciada oficialmente amanhã).
Comentários que antecederam o anúncio da seleção davam conta de que muitos filmes assinados por diretores habitués de Cannes não ficariam prontos a tempo, o que permitiria uma competição menos óbvia. O boato se confirmou. Não estão na competição os novos filmes de Manoel de Oliveira, Emir Kusturica, Theo Angelopoulos, Wong Kar Wai e dos irmãos Coen, todos em fase de finalização, abrindo espaço para diretores que vão disputar a Palma de Ouro pela primeira vez. Entre eles os japoneses Kiyoshi Kurosawa (com "Bright Future") e Naomi Kawase ("Shara"), o chinês Lou Ye ("Purple Butterfly"), o turco Nuri Bilge Ceylan ("Uzak") e o americano Vincent Gallo ("The Brown Bunny", que promete o escândalo do ano com uma cena de sexo oral entre Gallo, ator principal, e a atriz Chloë Sevigny).
Cannes verá também o lançamento internacional de "Matrix Reloaded", e uma forte seleção de documentários marca as sessões especiais, incluindo um de Win Wenders. Uma cópia nova de "Tempos Modernos", de Charles Chaplin, encerra o festival.


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