São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Rancho da Traíra oferece peixes que são patrimônios das águas brasileiras

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

O Rancho da Traíra é um lugar simples, despojado, que atrai, sobretudo, por sua originalidade.
Se em São Paulo não são muitos os restaurantes especializados em frutos do mar, são menos ainda aqueles que servem frutos do rio, ainda mais com um recorte tão específico quanto este -embora, como veremos, a traíra não seja o único peixe servido aqui.
A presença de itens japoneses no cardápio e a freqüência, entre os clientes, de pessoas (orientais ou não) que gostam de pescar traem a origem do proprietário do restaurante, o japonês Koji Sakaguchi, 59, no Brasil desde os 12 anos.
Sakaguchi, na verdade, não criou a fórmula do Rancho da Traíra, mas trouxe para o bairro Vila Mariana, em São Paulo, três anos atrás, uma franquia do Rancho da Traíra original -este, um restaurante que já existe há mais de 20 anos na cidade de Mogi das Cruzes (na Grande São Paulo). Antes disso, ele foi arquiteto, editor e jornalista (dirigiu o tradicional "São Paulo Shimbun").
Ao decidir mudar de ramo, abrindo essa franquia (de cuja matriz ele era freqüentador assíduo), Sakaguchi passou a se dedicar à especialidade da casa -traíra desossada, temperada com leve sabor cítrico e frita em imersão, trazendo uma carne ainda tenra e, por fora, uma crosta sequinha. Mas, ao lado desse carro-chefe, foram adicionadas outras opções de peixes e em versões também grelhadas no carvão.
A partir daí, há itens ecléticos no cardápio, quase sempre em torno de frutos do rio. É possível provar sashimi de tilápia e pirarucu; pedir, à parte, bolinhos de arroz japonês; abrir o apetite com caldo de piranha e pedir, de tira-gosto, camarões, costelinhas de pacu, iscas de tilápia ou rã, todos fritos.
Esses itens são preparados com certa rusticidade, mas trazem um sabor autêntico que vale a experiência. As opções preparadas na grelha também são várias. Vão das trutas salmonadas a peixes grandes, como o pintado e o pirarucu.
Pacu, traíra, pintado, pirarucu... São patrimônios das águas brasileiras, é preciso conhecê-los, e o Rancho da Traíra (que também tem franquias no Tatuapé e em Belo Horizonte) é dos poucos lugares que propiciam a experiência.


josimar@basilico.com.br

RANCHO DA TRAÍRA
Avaliação: regular
Endereço: r. Machado de Assis, 556, Vila Mariana, tel. 0/xx/11/ 5571-3051
Funcionamento: seg. a qui., das 12h às 15h e das 18h às 23h; sex. e sáb., das 12h às 16h e das 19h à 0h; dom., das 11h30 às 17h
Ambiente: salão grande, simples, com paredes de tijolo aparente
Serviço: simpático, atencioso, embora se atrapalhe quando há grande movimento
Cartões: todos
Estacionamento com manobrista: R$ 7
Preços: couvert, R$ 8,50; entradas, R$ 8 a R$ 29; pratos principais, R$ 19 a R$ 98; sobremesas, R$ 5,50 a R$ 11


Texto Anterior: Nina Horta: 40 anos de pecado?
Próximo Texto: Vinho: Adega alentejana traz goles equilibrados e atraentes
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.