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Morre o fotógrafo Otto Stupakoff, 73
Paulistano era um dos pioneiros da fotografia de moda no Brasil e retratou nomes famosos, como Sophia Loren e Sharon Tate
Mostra com sua obra foi encerrada no sábado, no Instituto Moreira Salles, no Rio; Stupakoff morava em um flat em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
O paulistano Otto Stupakoff,
73, um dos nomes pioneiros da
fotografia de moda no Brasil,
morreu no flat em que vivia, no
Itaim Bibi (zona sul de São Paulo). Funcionários do local encontraram-no morto na manhã
de anteontem. Segundo familiares, ele provavelmente sofreu um ataque cardíaco.
O velório aconteceu ontem
no cemitério São Paulo, em Pinheiros. Até o fechamento desta edição, não estava confirmado se ele seria cremado ou enterrado.
Stupakoff tinha acabado de
ganhar mostra com 65 fotografias no Instituto Moreira Salles, no Rio, encerrada no último sábado. Parte do acervo do
fotógrafo foi incorporado ao
instituto recentemente.
Stupakoff voltou a morar em
São Paulo em 2005. Ele foi destacado profissional de moda
em anos de ouro da revista
"Harper's Bazaar", sendo contratado em 1965 pela revista
americana. Em São Paulo, sete
anos antes, marcou época por
ter iniciado o trabalho profissional da fotografia de moda.
Com 40 imagens no acervo
permanente do MoMA (Museu
de Arte Moderna de Nova
York), retratou diversas celebridades, como Sophia Loren,
Sharon Tate, Olivia Hussey e
Jennifer Connelly.
Para o fotógrafo Bob Wolfenson, "a sua vida me inspirou
mais que seu estilo. Apesar de
conhecermos algo de sua obra
faz tempo, foi só há pouco tempo que pudemos novamente
retomar o contato com sua
produção. Mas, em sua vida, ele
levou tudo às últimas consequências, e isso eu admirava
nele". Wolfenson conheceu
pessoalmente Stupakoff em
2002, nos EUA, quando ele
morava em Hurley, no Estado
de Nova York.
Ele e o fotógrafo Fernando
Laszlo foram dois dos principais responsáveis pela retomada da carreira de Stupakoff no
Brasil, ajudando a organizar
exposições sobre a sua obra e
publicações, como o livro-retrospectiva que foi lançado pela Cosac Naify em 2006.
A editora planeja editar outros livros com a produção do
fotógrafo, entre eles um com
registros feitos no Camboja,
em 1994, com um viés mais
"social". "Esse lado já está presente em todo o meu trabalho.
Aprendi em 71 anos de vida [em
2006] o valor da integridade,
seja ao fazer uma natureza-morta, uma foto de moda ou
uma imagem de pedinte na
rua", disse Stupakoff à Folha
em dezembro de 2006.
"De certa forma, ele já estava
imortalizado pela sua obra, que
não vai ser mais esquecida", diz
Wolfenson. "Antes de o encontrarmos, não havia nada reunido. Tivemos trabalho para
mostrarmos tudo o que se conhece hoje dele."
"Ele levava a fundo tudo o
que fazia", afirma Laszlo.
"Aprendi muita coisa do que
sei com ele. Otto continuava a
ser um rebelde, a ter um gênio
forte, e encontrou aqui um
mercado muito diferente do
que o que havia nas décadas
de 50 e 60."
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