São Paulo, domingo, 24 de abril de 2011

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Paulo Szot vai da Broadway a óperas do Met

Barítono paulista se divide entre atuações em clássicos e musicais contemporâneos

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Paulo Szot (pronuncia-se "xót") será o primeiro brasileiro a participar das transmissões cinematográficas das óperas do Metropolitan de Nova York no cinema.
Em 7 de abril do ano que vem, o barítono paulista faz o papel de Lescaut na ópera "Manon", de Massenet, estrelada pela diva russa Anna Netrebko.
Na década de 1940, a soprano fluminense Bidu Sayão (1902-1999) atuou em várias transmissões radiofônicas do Met. O próprio Szot atuou como protagonista de "O Nariz", de Chostakóvitch, irradiada para o mundo em março do ano passado.
Contudo, nas transmissões em HD -que começaram em 2006 e chegam hoje a 1.500 cinemas em 46 países, com venda de 2,4 milhões de ingressos na temporada 2009-2010- é a primeira vez.
"É bom, de vez em quando, deixar a responsabilidade maior para os outros. Meu personagem é importante para a história, mas não é um protagonista", afirma Szot sobre a ópera baseada no romance "Manon Lescaut", do Abade Prévost, que ele cantou em 2001, em Manaus, e em 2002, em São Paulo.
Na casa nova-iorquina, Szot tem contratos assinados até 2014. Deve atuar, no ano que vem, em "Carmen", de Bizet, e na reprise de "O Nariz", estando ainda no elenco da opereta "O Morcego", de Johann Strauss 2º, bem como na contemporânea "Coração de Cachorro", do russo Aleksandr Raskátov, 58, baseada na novela homônima de Mikhail Bulgákov.
"É engraçado, mas a Broadway acabou funcionando como uma escada para o Met", comenta o barítono, que já havia conseguido ser substituto na casa nova-iorquina, mas só foi chamado para atuar lá depois do sucesso no musical "South Pacific", que lhe valeu o Tony de melhor ator em 2008.

BROADWAY
Hoje, sua carreira se divide entre ambas as áreas: a agenda para os próximos meses inclui récitas de "South Pacific" em Londres, bem como apresentações de "Carmen" em Tóquio e San Francisco, e de "Così Fan Tutte", de Mozart, em Amiens, na França.
Ele conta que precisa de tempo para pular de um papel de ópera para um de musical. "Muda não só a técnica vocal, como a musculatura e o peso. Eu preciso de mais massa para cantar ópera, porque é uma função totalmente física: não tem microfones e canto a plenos pulmões o tempo todo", explica.
No Brasil, a chance mais concreta de uma aparição é um concerto dedicado a Mahler, com a Filarmônica de Minas Gerais, regida por Fábio Mechetti, em Belo Horizonte, no final de 2012.
"Gostaria de cantar mais aqui, mas os convites são feitos muito em cima da hora, quando minha agenda já está tomada", conta.


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