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MÚSICA
DJ se apresentou em Nova York
Desorganização e som prejudicam Marlboro
BRUNO NATAL RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE NOVA YORK
O tempo cooperou e a chuva
deu uma trégua na hora da apresentação do DJ Marlboro. Mas isso não bastou para fazer com que
o show no Central Park, no domingo, correspondesse às expectativas. O som baixo e a falta de tato dos organizadores atrapalharam o DJ Marlboro em sua participação no festival SummerStage.
A maioria das cerca de 4.000
pessoas que compareceram ao
evento não estava ali para ouvir
"funk carioca" (como a programação distribuída ao público categorizava o som do DJ), e sim para assistir ao show de Daniela
Mercury, que se apresentou no
mesmo dia.
Marlboro tocou duas vezes, por
aproximadamente uma hora em
cada apresentação, antes e depois
do show de Mercury. Na primeira
entrada, às 15h, o carioca encarou
um público receptivo, formado
majoritariamente por brasileiros
residentes em Nova York.
O set teve tanto músicas mais
recentes, como as batidíssimas
"Vai Lacraia", "Eguinha Pocotó"
(MC Serginho) e "Cerol na Mão"
(Bonde do Tigrão), quanto antigas, como os raps da "Felicidade"
(Cidinho e Doca), das "Armas"
(Junior e Leonardo), do "Silva"
(Bob Hum) e do "Pirão".
Quem já conhecia -e quem estava lá para conhecer- aproveitou bastante, dançando e cantando, incluindo americanos que observavam e depois tentavam imitar o rebolado brasileiro.
Acontece que, no encerramento
do set, o número de pessoas que
estavam ali apenas aguardando
Daniela Mercury aumentou e, ansiosas, começaram a apressar o
DJ. Para completar, a organização
ainda resolveu passar o som da
banda da baiana durante o set de
Marlboro, prejudicando sua
apresentação.
Segundo os organizadores do
SummerStage (evento que possui
programação eclética, que inclui
atrações como o indie rock do
White Stripes e Sonic Youth e o
hip hop do De la Soul), o convite a
Marlboro foi baseado em uma
pesquisa que o apontava como o
mais conhecido DJ brasileiro. No
entanto, acostumado a ser recebido calorosamente em todos os
bailes por onde passa, Marlboro
não conseguiu esconder o desapontamento.
Feliz
Após a apresentação, o DJ afirmou que estava feliz por ter tido a
oportunidade de tocar no Central
Park, mas não deixou de reclamar
dos problemas.
"Não me deixaram aumentar o
som e nem pegar o microfone para falar com a platéia. Além de tocar, sou também um comunicador. Tenho certeza de que, se tivesse tido a chance, teria conseguido quebrar o preconceito que
existe contra o funk. Como, aliás,
venho fazendo há 23 anos", disse
Marlboro.
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