Espanhol se notabilizou por obras polêmicas, como "O Grande Masturbador"

DA REPORTAGEM LOCAL

Muito antes de o artista pop Andy Warhol (1928-1987), nos anos 60, antecipar a importância da mídia na sociedade contemporânea -ao afirmar que "um dia, todos terão direito a 15 minutos de fama"-, o pintor espanhol Salvador Dalí (1904-1989) já sabia mobilizar a mídia para valorizar sua própria imagem.
Em 1939, Dalí, tema do volume do próximo domingo da Coleção Folha Grandes Mestres da Pintura, lançou de aviões centenas de panfletos que defendiam a independência do artista, em resposta a alteração de seu projeto, "Sonho de Vênus", para a Exposição Universal em Nova York.

Filme
Naquele mesmo ano, o artista iria afirmar "o surrealismo sou eu", ao ser expulso do movimento surrealista pelo seu próprio criador, André Breton, sendo considerado racista e ávido por dinheiro.
Suas polêmicas refletem, no fim, sua própria forma de pintar e os temas que escolheu para suas obras, como a tela "O Grande Masturbador", em 1929, ou o filme "O Cão Andaluz", em parceria com o também espanhol Luis Buñuel, no mesmo ano, com a famosa cena do olho sendo cortado.
Entretanto, além de suas polêmicas, o que mantém a importância do artista é a consistência de sua própria obra, pois seu fazer pictórico representa "a continuidade da grande tradição pictórica de todos os tempos", afirma Teresa Camps na publicação.


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