São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2008

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Artista estará em outubro na "Bienal do vazio"

DA REPORTAGEM LOCAL

Na raquítica edição da Bienal de São Paulo que será inaugurada em outubro, Marina Abramovic é um nome de peso. Ela é uma das cerca de 40 artistas a participar da chamada "Bienal do vazio", com curadoria de Ivo Mesquita, que optou por deixar vago todo um andar do pavilhão no Ibirapuera.
"Esse modelo não funciona mais. Existem tantas feiras e Bienais que não é possível produzir tanta arte boa para esse tipo de demanda", opina Abramovic, que, ainda assim, confessa estar "entusiasmada" com a proposta de Mesquita.
"Não é só colocar um artista ao lado de outro", diz. "Tem de respeitar o diálogo que pode surgir entre artistas, deixar que isso exista, o que não funciona com 140 artistas."
Abramovic, numa lista bem mais enxuta, levará à Bienal "Video Portrait Gallery (#2)", uma instalação com 17 monitores, todos mostrando apenas o rosto da artista durante performances que fez de 1975 a 2007.
"Pela cabeça de um artista, você consegue enxergar toda a sua vida", resume Abramovic. "O vídeo revela muitas coisas, das mudanças na tecnologia, do preto-e-branco granulado à alta definição, ao envelhecimento de um artista."
Abramovic, aliás, tem 62 anos, mas a pele branca, sem rugas nem manchas, não deixa perceber. Ela acaba de comprar um prédio em Hudson, ao norte de Nova York, destinado a um centro de preservação para a arte em performance. Jovens artistas concorrerão a bolsas para trabalhar ali suas idéias.
A artista terá em 2010 sua primeira retrospectiva no MoMA, em Nova York. Serão três meses de performances sem trégua. "Estarei o tempo todo no museu para ter minha energia disponível para o público."
Ela também adianta que jovens artistas devem repetir algumas de suas performances clássicas. "É minha maneira de mostrar que performance é uma arte viva, não pode ser só documentação." (SM)


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