COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Durante os sete dias da SPFW, os modelos negros foram escalados 78 vezes para os desfiles; os modelos brancos, 1.186. Nesta temporada, foram apresentadas 49 coleções. Na edição passada, em janeiro, os negros foram escalados 28 vezes, contra 1.100 participações de modelos brancos, em 40 desfiles.
Proporcionalmente, houve um pequeno avanço no número de negros. Em janeiro, eles foram 2,5% do total de modelos; agora, 6,2%.
Para Sérgio Mattos, dono da agência de modelos 40 Graus, o aumento foi uma cobrança do próprio mercado. "No Fashion Rio, houve uma demanda ainda maior. Na moda, todos querem modelos brancos. Mas vamos ter que acordar para este tema, pois estamos no Brasil."
Na opinião de Laura Vieira, diretora da Ten Models, o aumento se deve apenas ao fato de que, no verão, negros são mais solicitados. "Eles costumam ser escolhidos para os desfiles de moda praia."
Na opinião do estilista Amir Slama, da Rosa Chá, que colocou dois modelos negros na sua coleção de moda praia masculina, a questão é achar mais modelos profissionais para a passarela. "É difícil ver um casting com modelos negros", diz.
A presença de modelos negros não é uma questão discutida só no Brasil, mas também em outras semanas de moda no mundo. Recentemente, o jornal britânico "The Independent" fez reportagem sobre o que chamou de racismo no meio da moda. Na Itália, em resposta às críticas, a "Vogue" decidiu trazer só modelos negros nos editoriais fotográficos da edição de julho. (EVA JOORY)


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