São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2010

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comida

Diante da demanda cada vez mais exigente de consumidores, cresce a oferta de carnes nobres ; saiba onde encontrar butiques especializadas

MARINA FUENTES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O argentino Daniel Mansour, 52, deixou de lado a parrilla para abrir uma butique de carnes em Moema, a Prime Beef. A ideia surgiu de tanto ouvir a clientela reclamando da dificuldade de encontrar carnes nobres.
Ele mesmo corta as peças, vindas de pequenos criadores da Argentina, do Uruguai e de Bagé (RS), e as embala a vácuo, de acordo com a preferência do freguês. "Cejas" (capa do bife ancho) e "t-bone" são alguns dos cortes à disposição nas geladeiras, onde há também peças inteiras -de raças como de gado angus e wagyu.
Segundo Mansour, a maior parte dos clientes é formada por "homens empresários que querem surpreender os amigos no fim de semana". Para esse público, sugere um "kit churrasco", com "bife ancho", "bife de chorizo" e "ojo de bife".
Sylvio Lazzarini, do Varanda Grill e sócio do grupo fornecedor de carnes Intermezzo, também está de olho no consumidor final. Sua distribuidora atende cerca de 260 restaurantes no Brasil, entre eles os do grupo Fasano, Due Cuochi e La Brasserie Erick Jacquin.
"Quem vai ao Varanda ou a um dos restaurantes que são nossos clientes pergunta onde podem comprar aquela carne", diz Lazzarini. No site (www.intermezzogourmet.com.br) é possível ver a variedade de cortes para fazer pedidos por telefone.
As carnes, de gado de raças britânicas criado no Uruguai, Argentina, Austrália ou Rio Grande do Sul, são entregues em carro refrigerado, embaladas a vácuo.
Por enquanto, o consumidor chega na Intermezzo por meio do "boca a boca", mas a empresa já se prepara para divulgar seu serviço.
Um catálogo, que reúne detalhes dos cortes divididos nas categorias "para uso em pratos gastronômicos" e "churrasco", está previsto para ser distribuído para um mailing fechado em meados de agosto.
A exemplo de outras butiques de carne, os dois serviços miram o cliente que busca cortes nobres para ocasiões específicas. Mas Lazzarini acredita que a preocupação com a qualidade vem crescendo de maneira geral.
"O cliente também quer saber a origem da carne do dia a dia, que venha em bandejas ou a vácuo. Por isso, hoje a venda é feita de forma maciça nos supermercados, que têm mais recursos para embalar e armazenar que o açougue de bairro."

CARNE LEGAL
A tendência é que a atenção do comprador em relação à carne aumente ainda mais. Desde o dia 10 de junho, o Ministério Público Federal encabeça a campanha Carne Legal, que, entre outras ações, incentiva o consumidor a verificar a origem do produto no ato da compra.
Um dos principais objetivos é regularizar o setor, barrando o comércio da carne proveniente de fazendas que não estejam legalizadas -que explorem trabalho escravo, desmatem ou estejam invadindo terras públicas.
A iniciativa também procura obter denúncias de abatedouros clandestinos que podem representar riscos à saúde do consumidor, além de gerar um debate em torno da criação de um certificado para a carne vendida dentro do país, a exemplo daquela que é exportada.
Atento a esse movimento, o grupo Pão de Açúcar desenvolveu um selo 2D -que pode ser "lido" por "smart phones" ou digitado em um site- com informações sobre toda a cadeia produtiva das carnes vendidas com a bandeira Taeq.
Disponível em apenas oitos unidades (duas na capital, no Extra Aeroporto e no Pão de Açúcar Ricardo Jaffet) desde o dia 15 de junho, a previsão é de que seja utilizado por toda a rede.


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