DA REPORTAGEM LOCAL

"O ator de cinema deve ter uma atuação negativa, pois ele não pode ser teatral; o bom ator é aquele que introjeta, e não o que projeta", define Suzana Amaral.
Apesar de criticar a atuação teatral, a diretora encontrou numa companhia de teatro Sabrina Greve, a estrela de "Uma Vida em Segredo". Foi no CPT, o Centro de Pesquisa Teatral, do diretor Antunes Filho.
Sabrina está em cartaz com o grupo no espetáculo "Prêt-à-Porter 3", e foi lá que Suzana a descobriu. "O tipo de atuação dela, mais naturalista e menos teatral, característica dos grupos de Antunes, foi um dos principais motivos para escolhê-la", conta Suzana. "Além disso, ela tem um ritmo ótimo e é uma das preferidas do Antunes", diz.
O Centro de Pesquisa Teatral tem sido um celeiro de revelações há muito tempo. A atriz Giulia Gam foi uma das atrizes a começar carreira na companhia. Ela estreou em "Romeu e Julieta", de Antunes Filho, em 1984.
Outra atriz que participou do grupo foi a atriz e diretora Bete Coelho, que participou da montagem de "Macunaíma", nos anos 80. A montagem também lançou o ator Cacá Carvalho.
Mais recentemente, foi o ator Luis Mello a nova revelação de Antunes. Ele participou da montagem de "Trono de Sangue" (1992) e "Vereda da Salvação" (1993), entre outras.
Sua saída foi polêmica. Mello saiu do teatro para a televisão. A reação de Antunes foi irônica: "Para ele, ter eletrodomésticos é bom. Ele vai para a Globo, vai ter eletrodomésticos, talvez ele até possa ter um carro logo. Do meu ponto de vista, acho catastrófico. Ele acha maravilhoso".
"Acho que agora Antunes não vai ficar bravo com a participação de Sabrina no cinema: somos bons amigos", diz Suzana.


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