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Tenores animam duas horas de show com "Aquarela do Brasil"
DA REPORTAGEM LOCAL
Os três tenores sucumbiram ao
samba. Ou pelo menos tentaram.
"Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, encerrou o bis na apresentação de José Carreras, Plácido Domingo e Luciano Pavarotti, realizada sábado à noite no estádio do
Morumbi, em São Paulo.
Foi o momento em que o público mostrou mais entusiasmo em
duas horas e 16 minutos de concerto. Os tenores também ensaiaram um gingado (Carreras chegou a levar as mãos à altura da cabeça), mas não foram longe.
As vozes dos intérpretes fundiram-se ao ritmo dançante que a
Orquestra Sinfônica Municipal,
sob regência do italiano Marco
Armiliato, imprimiu em "Aquarela do Brasil".
Cerca de 25 mil pessoas, segundo cálculo da Polícia Militar,
acompanharam o único concerto
dos três tenores realizado na
América Latina. De acordo com a
produção do evento, o público era
de 42 mil. O show foi encerrado
com fogos de artifício.
Eles interpretaram 16 árias, entre solos e dois "medleys" (com
vários trechos juntos). O repertório trouxe árias como "Recondita
Armonia", da ópera "Tosca", de
Puccini; "Lamento di Frederico",
da "L'Artesian", de Cilea; e "No
Puede Ser", da "La Tabernera del
Puerto", de Sorozabal.
Fora do estádio, o clima era de
jogo de futebol. Havia barracas de
lanches e cambistas, alguns engravatados, que vendiam ingressos até pela metade do preço.
Após a apresentação, os três tenores fizeram uma passagem rápida pelo jantar organizado em
um salão dentro do Morumbi, ao
qual teve acesso quem pagou R$
2.000.
(VALMIR SANTOS)
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