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DOCUMENTÁRIO
Série enfoca cinema brasileiro no exterior
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
O cinema nacional visto de fora
para dentro é o enfoque do episódio de hoje da série "O Mundo do
Cinema Brasileiro", da Rede SescSenac.
O diretor Marco Altberg concentra-se nas mostras de Cannes
(França) e Berlim (Alemanha),
para traçar um apanhado histórico da participação do cinema brasileiro nos grandes festivais internacionais. (Um segundo capítulo,
que estréia no próximo dia 29,
abordará o Festival de Havana e
as mostras exclusivas de filmes
brasileiros em Paris e Miami.)
O programa de hoje é alinhavado por um depoimento do professor João Luiz Vieira, que recua a
1953, para determinar o momento em que a cinematografia brasileira tem sua existência reconhecida internacionalmente.
Naquele ano, "O Cangaceiro",
de Lima Barreto, recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de
Cannes. A Palma de Ouro viria
nove anos depois, com "O Pagador de Promessas", de Anselmo
Duarte. Cita-se ainda o prêmio de
melhor direção a Glauber Rocha
("O Dragão da Maldade contra o
Santo Guerreiro", 1969) e o de
melhor atriz a Fernanda Torres
("Eu Sei que Vou te Amar", de Arnaldo Jabor).
Expressa em entrevista, opinião
do crítico José Carlos Avellar parece traduzir também o ponto de
vista adotado pelo programa
-sair da competição sem prêmios não invalida a participação
brasileira nas grandes mostras.
Avellar argumenta que a presença de um filme nos grandes
festivais (mesmo em seções paralelas à competição principal) lhe
dá ressonância, ou seja, ajuda a
transformá-lo num fato cultural.
Isso posto, o programa não
menciona casos de filmes brasileiros deplorados pela crítica ou desconhecidos pelo júri dos grandes
festivais, mesmo havendo mais de
um exemplo a ser citado.
De Berlim, Vieira ressalta o reconhecimento às atrizes brasileiras premiadas com o Urso de Prata -Marcélia Cartaxo, por "A
Hora da Estrela", de Suzana Amaral (86), Ana Beatriz Nogueira,
por "Vera", de Sergio Toledo (87),
e Fernanda Montenegro por
"Central do Brasil", de Walter Salles (98)- e a consagração dos cineastas Ruy Guerra ("Os Fuzis",
1964, "A Queda", 1978, co-dirigido por Nelson Xavier) e Walter
Salles ("Central do Brasil").
O programa é recheado também por entrevistas de diretores e
produtores, que se referem ao
"mercado". Faltou talvez explicar
ao telespectador que se trata das já
tradicionais feiras paralelas aos
festivais, em que a compra e venda de centenas (ou milhares) de
títulos movimenta a indústria do
cinema.
O MUNDO DO CINEMA BRASILEIRO -
FESTIVAIS INTERNACIONAIS - PARTE
1. Quando: hoje (15h), dias 25 (7h30), 26
(1h30) e 27 (8h30), na Rede SescSenac.
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