São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2006

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A reinvenção do circo

Cirque du Soleil e Plume, que vêm ao Brasil pela primeira vez, pregam a fusão com dança e outras artes

Divulgação
O Cirque Plume, grupo criado na França em 1984 e que se apresenta a partir da próxima sexta-feira em São Paulo, no teatro Alfa


VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ano de 2006 vai se revelando um dos mais movimentados em temporadas internacionais de circo. Depois da tradição do Circo Nacional da China, até ontem em São Paulo, chegam pela primeira vez ao país duas companhias alinhadas ao chamado "novo circo": o francês Cirque Plume, a partir da próxima sexta-feira, no teatro Alfa, e o canadense Cirque du Soleil, no início de agosto, em lona montada na Vila Olímpia.
Novo circo? A expressão desponta na França entre os anos 70 e 80 e prega a fusão com outras artes, como dança, teatro, artes visuais, vídeo e arquitetura. São incorporados modernos efeitos tecnológicos em luz, som e imagem. E raramente há animais em cena.
Entre os precursores, estão o Soleil e o Plume, ambos criados em 1984, e o também francês Archaos (1986). "Há muito tempo que os cães andam de bicicleta e os cavalos sabem contar. É a mais forte mitologia do circo. O "cirque nouveau" continua essa mitologia, mas cada companhia pode fazer isso com uma linguagem própria", afirma Bernard Kudlak, 51, diretor artístico e fundador do Plume.
"É assim desde sempre, as artes do circo utilizam as outras artes do espetáculo enquanto técnica. Mas o novo é utilizá-las enquanto forma", diz Kudlak.
Para o ator e diretor Rodrigo Matheus, da cia. Circo Mínimo (SP), é da natureza do circo renovar-se. "Desde seu surgimento (tanto na visão de que surgiu na China, 5.000 anos antes de Cristo, quanto na leitura mais simplista de que surgiu ao final do século 18, com Philip Astley, na Inglaterra), o circo sempre buscou influências em todas as linguagens e nos avanços tecnológicos", escreve Matheus, em artigo que está no site pindoramacircus.com.br, referência na área no Brasil.


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