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Crítica
"Adeus, Lênin" questiona identidades
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Filme-sensação da Mostra de
Cinema de São Paulo, edição de
2003, "Adeus, Lênin" é atração
da manhã de hoje do Telecine
Premium e permite uma reavaliação depois do frisson que teve na época de seu lançamento.
A identidade e a memória são
questões cruciais no enredo do
filme dirigido pelo alemão
Wolfgang Becker. Narra os esforços do jovem Alex (Daniel
Brühl) em criar um mundo de
faz-de-conta para sua mãe,
Christiane (Katrin Sass), ex-militante dos ideais coletivistas
da antiga Alemanha Oriental.
Após sofrer um infarto, ela tem
um coma e volta para casa, mas
não pode passar por estresses
emocionais.
Becker é hábil em conduzir
com uma mescla inteligente de
humor e amarga nostalgia a saga de Alex, que lança mão de expedientes dos mais diversos
-recuperação de pepinos e ervilhas em conserva do antigo
regime, fitas de programas da
TV estatal, trupes de meninos-cantores que exaltam a pátria
socialista- para tentar confortar sua mãe em seu antigo universo planificado.
O tom de certo amargor vem
colocado pouco a pouco no filme, como no encontro de Alex
com um ex-cosmonauta que virou motorista de táxi e no
triunfo algo pasteurizado dos
símbolos capitalistas, como a
rede de fast-food onde sua irmã
trabalha.
ADEUS, LÊNIN
Quando: hoje, às 8h50
Onde: Telecine Premium
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