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Crise derrubou pressupostos da indústria
CRÍTICO DA FOLHA, EM NOVA YORK
Tempos de medo e de alto
risco levam profissionais de
cinema a avaliar a qualidade
de um filme "não mais pela
presença de um ótimo diretor, ou por um roteiro excepcional, ou pelo argumento
original, ou por reunir um
grande elenco", afirma Rebecca Yeldham, diretora do
Festival de Los Angeles.
"Agora, a qualidade está
relacionada quase unicamente à percepção comercial, e esta se baseia, tristemente, no desempenho de
bilheteria dos filmes no último final de semana."
Todos os que "já passaram
por outras crises nas últimas
décadas" conhecem, no entanto, uma "feliz verdade",
segundo Rebecca: "Ninguém
realmente sabe nada e o público desafia expectativas".
Até 2008, a indústria acreditava em dois pressupostos:
espectadores norte-americanos não veem filmes com
legendas e documentários
não funcionam nos cinemas.
Em 2009, o êxito de
"Quem Quer Ser um Milionário?" contrariou o primeiro; e "ao menos três documentários distribuídos por
conta própria arrecadaram
mais de US$ 1 milhão", colocando em dúvida o segundo.
A crise levou a duas situações positivas, diz: investidores e distribuidores se tornaram "mais conscientes na
análise de custos de produção e distribuição" e cineastas agora "exercem papel
mais significativo no marketing e na distribuição".
(SR)
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