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Mudança do MAC fica para 2010
Depois de vetos ao projeto, Museu de Arte Contemporânea da USP vai para prédio do Detran com um ano de atraso
Secretaria de Estado da Cultura diz que, após veto do patrimônio a desenho de Niemeyer, nova adaptação vai custar R$ 54 milhões
SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL
Ficará para maio do ano que
vem a transferência definitiva
do Museu de Arte Contemporânea da USP para o atual prédio do Detran, antigo Palácio da
Agricultura, projeto de Oscar
Niemeyer erguido em 1951.
A Secretaria de Estado da
Cultura previa que o museu
fosse inaugurado no novo endereço em junho deste ano,
mas demolições no edifício
acabaram de começar. Com reformas que vão durar oito meses, o projeto deve ser inaugurado em maio do ano que vem,
com 11 meses de atraso.
Um contrato da secretaria
com uma construtora foi firmado na terça desta semana.
A adaptação terá menos de
metade do orçamento previsto
a princípio e não seguirá os planos anunciados pela secretaria
há pouco mais de um ano. No
lugar de uma adaptação do edifício feita pelo escritório de
Niemeyer, serão derrubadas algumas divisórias internas e
adaptados os anexos do Detran.
A proposta original seria derrubar um dos pisos para criar
um andar com pé-direito duplo, além de intervenções na fachada. Estava orçada em cerca
de R$ 120 milhões. O projeto
que será executado agora prevê
adaptações internas menores e
está orçado em R$ 54 milhões.
"Não estamos enfrentando
nenhum atraso na transferência do MAC, porque tivemos
um projeto do Niemeyer que os
órgãos de preservação vetaram", diz João Sayad, secretário de Estado da Cultura, à Folha. "O prédio original é uma
peça querida dos arquitetos."
Niemeyer 1 e 2
Em abril, o Conpresp, órgão
municipal de defesa do patrimônio histórico, vetou o desenho de Niemeyer para a adaptação do edifício projetado por
ele mesmo, alegando "custos
elevados" e "impactos negativos", exigindo também a inversão da posição de escadas e elevadores. À época, Jair Varela,
do escritório de Niemeyer, chamou a decisão de "absurdo".
"Eu fui ao Rio falar com o
Niemeyer, dizendo que o projeto dele não seria executado
porque o patrimônio queria
preservar o "Niemeyer 1" e não o
"Niemeyer 2'", lembra Sayad.
"Eu concordei com o Conpresp
e o Condephaat, acho que o
prédio original é um marco.
Queriam manter o prédio original, que é um bom argumento."
Com um acervo de cerca de
8.000 obras, o MAC ocupa hoje
um prédio na Cidade Universitária e outra sede menor dentro
do pavilhão da Bienal, no parque Ibirapuera, mas consegue
expor só 3% de suas obras. A
mudança para o Detran deve
triplicar o espaço expositivo.
Mas não há certeza sobre um
aumento no orçamento do museu, que tem hoje cerca de cem
funcionários e um custo anual
de R$ 800 mil, da reitoria da
USP. "O MAC sabe que precisará de uma dotação orçamentária maior do que a que tem hoje", afirma Lisbeth Rebollo
Gonçalves, diretora do museu.
Sayad diz que está discutindo
a questão orçamentária com a
direção do MAC e a USP. "Preciso ver como vai ser financiada
a operação do museu", diz.
"Não tenho uma solução ainda,
não sei como será resolvido,
mas vai ser resolvido."
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