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HISTÓRIA
Documentário superestima ditador soviético
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
A cidade se chama hoje Volgogrado, o mesmo nome que tinha
antes do megalômano ditador soviético Josef Stálin a renomear
Stalingrado. Com este nome ela
passou à história como local da
mais decisiva batalha da Segunda
Guerra Mundial (1939-1945), onde se brecou o avanço nazista.
O nome deve ter influenciado
demais os realizadores do documentário, que dão importância
excessiva ao papel do ditador e de
suas decisões no desenrolar do
combate. Fica parecendo que a luta de milhões se reduz à uma disputa pessoal entre ditadores.
Foi o nome que fez, de fato, o ditador alemão Adolf Hitler, ficar
tão obcecado em tomar essa cidade do sul da então URSS. Fez
aquilo que os militares consideram loucura: reforçou o fracasso.
Hitler foi jogando cada vez mais
tropas em um devastador combate, negando o que de melhor tinha
o Exército alemão, sua versatilidade e capacidade de manobra.
Hitler era um péssimo estrategista. Tomava decisões contra a
opinião de seus generais. Não
permitia recuos, o que facilitou o
cerco de suas tropas na cidade pela contra-ofensiva soviética. Stálin
era tão ou mais implacável, mas
tinha mais bom senso que seu rival. Também fuzilava quem falhasse. Mas deixava seus generais,
como o brilhante Georgi Jukov,
tomarem as decisões necessárias.
O documentário não dá o devido
crédito aos generais soviéticos,
como o obstinado defensor da cidade, Vassili Chuikov.
A série inclui perguntas de múltipla resposta sobre quais as decisões a tomar. Nem todas são decisões de comando de um general e
há mesmo algumas sem muito
sentido, como a dos "cachorros-bomba" usados pelos russos para
destruir tanques alemães. Foi
uma tática secundária que logo
deixou de ser usada, mas ganha o
falso status de uma decisão estratégica. As imagens são magníficas. Mas isso é o mínimo que se
espera de um bom documentário.
A Batalha de Stalingrado
Quando: amanhã, às 22h, no History
Channel
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