São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2007

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THIAGO NEY

SP contra as raves (e skates)

Por meio de leis, prefeituras do Estado tentam barrar a realização de festas de música eletrônica

ESTÃO DIMINUINDO as opções para realizar raves e festas de música eletrônica em São Paulo. E está mais difícil andar de skate nas ruas.
Os problemas existem. Para enfrentá-los, o poder público, nos dois casos citados acima, opta pela saída mais fácil (e truculenta): impede-se o lazer, "mantém-se a ordem".
No caso das raves e festas eletrônicas, prefeituras da Grande São Paulo e do interior do Estado iniciaram ações legislativas para expulsar esses eventos de seu território.
Em São Bernardo do Campo, por exemplo, a lei 5.648, promulgada em março último, criou tantos obstáculos e exigências que, na prática, fica impossível obter autorização para montar uma rave na cidade. Várias festas foram canceladas ou transferidas para outras cidades.
Em Indaiatuba, o caso é semelhante. Em junho, a Câmara Municipal aprovou a lei 5.146, que regulamenta a realização de grandes eventos na cidade. Estão proibidas festas "com mais de dez horas de duração" (as raves normalmente estendem-se por até 18 horas) e, para a obtenção do alvará, é necessário o pagamento de uma taxa (apelidada de "taxa da cultura") de 3.000 Ufesps (Unidade Fiscal do Estado). Hoje, 3.000 Ufesps são R$ 42.690.
A XXXPerience, rave com dez anos de vida, iria acontecer em Indaiatuba no fim de semana passado. Foi transferida para Campinas. É bom lembrar que as raves tornaram-se uma indústria no Brasil. Um negócio que emprega muita gente. Apenas esta última XXXPerience, que reuniu público de 15 mil, empregou 800 pessoas diretamente.

 

Em contato com esta coluna, a assessoria da Câmara de Indaiatuba informou que a lei 5.176 foi elaborada para "pôr ordem" nos eventos feitos no perímetro urbano da cidade.
Por sua vez, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Bernardo, Fernando Longo, disse que a lei 5.648 tem por objetivo "normatizar a realização de feiras e eventos esporádicos".
E completou, enfático: "O município não tem nenhum interesse que esse tipo de festa [rave] seja realizada aqui. O problema é o ambiente em que essas festas acontecem, com muita bebida, muita droga, com a presença de menores".
 

Já a Prefeitura de SP quer banir o skate das ladeiras da cidade. A repórter Phydia de Athayde, da "Carta Capital", revelou que a subprefeitura de Pinheiros construiu faixas de paralelepípedo na ladeira da pça. Horácio Sabino (paralelepípedos impedem a passagem do skate). O motivo: moradores reclamavam de barulho e de uso de drogas. Mais em: blogdaphydia.blogspot.com.
 

Desta vez não sou eu, é a Nina Becker, da Orquestra Imperial, na Folha de ontem: "Acho um absurdo meninas mais novas do que eu ficarem cantando Chico Buarque, coisas que já foram gravadas milhares de vezes. Fico aborrecida com isso. O que é novo tem um risco maior".

thiago@folhasp.com.br

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