São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2010 |
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Homem objeto
Com duas mostras, Waltercio Caldas ataca "populismo de vanguarda" e megaexposições como a Bienal de SP
MARCOS FLAMÍNIO PERES ENVIADO ESPECIAL AO RIO Um dos mais celebrados artistas brasileiros aqui e no exterior, Waltercio Caldas, 63, inaugura duas exposições no Rio de Janeiro defendendo sua poética radical e atacando o "populismo de vanguarda". Muitos artistas atuais, lamenta, buscam "uma interatividade pouco criativa" com o público. "Me sinto ofendido", diz. Nas mostras que inaugura no MAM e na galeria Anita Schwartz, ele volta a trabalhar com objetos e "formas-livro", tendo como suporte seu principal material de trabalho -"a subjetividade". O artista carioca, que em junho falou sobre Lygia Clark para a equipe do Museu de Arte Moderna de Nova York, diz que os objetos são irredutíveis: "Você pode até despejar expectativas sobre eles, mas eles sempre sorrirão um pouco dessa pretensão". Waltercio, que já participou das Bienais de São Paulo em 1983, 1987, 1996, mas não estará na próxima, diz que megaexposições como essas são "anacrônicas" (a 29ª edição tem início em 25/9). Também fala da crise dos museus brasileiros e diz que Matthew Barney é um dos poucos artistas que aprecia.
Folha - Por que suas obras são
tão refratárias à apreensão
pela palavra?
Você já disse que, como espectador, não quer ser bajulado pelo artista. Mas essa parece não ser a regra nas exposições atuais... |
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