São Paulo, quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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Robbie Williams desiste de turnê devido a fobia

Por medo do palco, cantor não fará shows do novo disco, o primeiro em 3 anos

Inglês, que lança CD em novembro, diz ter "neuroses cíclicas" e que ficou três anos longe da música após críticas ao último trabalho

MarcoMesina - 10.out.06/Efe
O cantor inglês Robbie Williams se apresenta em estádio em
Santiago, no Chile, em sua última turnê mundial, em 2006


FERNANDA MENA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRES

Sucesso de público, Robbie Williams, o maior popstar da história recente do Reino Unido, coleciona recordes no showbizz tanto quanto escândalos nos tabloides britânicos.
Já vendeu mais de 55 milhões de álbuns e figurou em centenas de manchetes por conta de seu histórico de romances rápidos, alcoolismo e abuso de drogas. Esgotou 1,6 milhão de ingressos de sua última turnê, em 2006, em 24 horas. Causou espanto ao declarar ter visto discos voadores. É tão carismático e bonito quanto é neurótico e depressivo.
Após três anos, Williams retorna com "Reality Killed the Video Star", que tem lançamento mundial em novembro, e diz que voltará a fazer música com os ex-colegas do Take That, boyband que o lançou quando ele tinha 16 anos.
No entanto, pela primeira vez, não fará turnê. "Tenho fobia de estar nos palcos. Não sei explicar direito o que tenho sentido quando subo ali, mas é absolutamente horrível. A mera ideia de me apresentar, dia após dia, para milhares de pessoas, é aterrorizante", diz ele à Folha, em Londres.
Williams é um laboratório ambulante dos efeitos da fama e da hiperexposição midiática. Após anos de holofotes, baladas, drogas e bebedeiras, o cantor quis dar um tempo quando seu disco "Rudebox" foi alvo de críticas ferozes. "Aquelas mensagens negativas tiveram um efeito ruim sobre mim, apesar de o disco ter vendido 2,5 milhões de cópias."
"Sou um popstar de neuroses cíclicas. Quando lanço um disco, me sinto no topo do mundo. À medida em que as críticas saem, começo a ficar deprimido. É um padrão que se repete ao longo da minha carreira. E isso não pode ser bom para a saúde de ninguém."
Assim, Williams escolheu o ostracismo musical. "Achei que alguém bateria à minha porta com algum trabalho nobre, alguma causa humanitária, e que as pessoas me amariam por isso. Mas fiquei em casa vendo TV e nada aconteceu", brinca.

Fantasmas
"No ano passado, estava viajando com minha namorada [a atriz Ayda Field], procurando discos voadores e fantasmas por aí [risos], e, de repente, liguei o rádio do carro e senti algo forte. Pensei: quero estar aí de novo!". Surgiu "Reality Killed the Video Star", título inspirado na canção "Video Killed the Radio Star", do The Buggles, banda do produtor Trevor Horn, que trabalhou no disco.
A mídia internacional pôde ouvir só cinco faixas do álbum, incluindo "Bodies", já lançada. "You Know Me" é uma balada retrô e romântica, de guitarra melódica e backing vocals estilo anos 50. "Morning Sun" deriva do álbum branco dos Beatles, com piano e violinos. Em "Do You Mind", o cantor retoma seu lado provocador, com guitarras bem marcadas, à ZZ Top, e batidas dançantes. "Last Days of Disco" é perfeita para as pistas e dá perfume disco a uma batida que lembra "Sweet Dreams (Are Made of This)", clássico do Eurythmics.
"Gosto de todos os estilos que usei. Quero ser Jay-Z e Neil Tennant [Pet Shop Boys], e Stephen Duffy [Duran Duran], e, mais do que todos, Morrissey", diz Williams, que, com novo corte de cabelo, parece o líder do Smiths. "Nunca estive tão orgulhoso de um disco. Mas, depois, posso achar que é uma porcaria. Sou um gênio, um charlatão ou um idiota. Ou melhor, e mais provavelmente, os três ao mesmo tempo."


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