São Paulo, quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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Safra nacional reforça Festival do Rio

Em sua 11ª edição, mostra carioca tem um número recorde de inscrições e amplia o espaço para produções brasileiras

Evento, que começa nesta noite, apresenta mais de 300 filmes do mundo todo e traz Jeanne Moreau e Quentin Tarantino ao país

LEONARDO CRUZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma nova e caudalosa safra do cinema nacional impulsiona o Festival do Rio, que começa hoje e leva à capital fluminense mais de 300 filmes do mundo todo -a sessão de abertura para convidados, nesta noite, no Cine Odeon, terá "Aconteceu em Woodstock", de Ang Lee.
Em sua 11ª edição, a mostra recebeu número recorde de produções brasileiras, ampliou o espaço desses títulos e retomou uma seção dedicada a jovens realizadores do país.
Cerca de 120 longas nacionais foram inscritos para o festival, quase 40% a mais que o total de 2008. "Foi difícil fechar a programação nacional. Não só porque foram mais filmes mas também, e principalmente, porque o nível da produção está muito alto. Isso aumentou nossa responsabilidade na hora das escolhas", afirma a diretora do festival, Ilda Santiago.

Cinelândia
A mostra carioca selecionou para este ano 43 longas -contra 38 no ano passado e 36 em 2007. Todos compõem a Première Brasil, já há alguns anos a mais importante vitrine de filmes nacionais e que é dividida em cinco subseções.
A principal delas é a competitiva, na qual 17 longas, entre ficções e documentários, disputarão o troféu Redentor em 13 categorias. O palco da disputa é o tradicional Cine Odeon, na Cinelândia, onde serão apresentados filmes de diretores renomados como Beto Brant ("O Amor Segundo B. Schianberg"), Eliane Caffé ("O Sol do Meio-Dia"), Sandra Werneck ("Sonhos Roubados"), Sérgio Bianchi ("Os Inquilinos") e Suzana Amaral ("Hotel Atlântico").
Há também estreantes na direção de longas, como o ator Marco Ricca, que mostra "Cabeça a Prêmio", e Esmir Filho, famoso pelo sucesso na internet do curta "Tapa na Pantera" (2006), que apresenta "Os Famosos e os Duendes da Morte".
Essa corrida começa amanhã, com a estreia nacional de "Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo", de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, recém-exibido no Festival de Veneza.
O Cine Odeon ainda verá seis nacionais "hors concours", incluindo "Antes que o Mundo Acabe", de Ana Luiza Azevedo, e "Insolação", de Felipe Hirsch e Daniela Thomas.
A seção para jovens realizadores é a Novos Rumos, com obras de oito diretores que assinam, no máximo, seus segundos longas. "São filmes que apontam caminhos diferentes, de uma garotada corajosa e disposta a correr riscos. Fazia sentido apresentá-los em um bloco só", comenta Ilda Santiago.
A Première Brasil tem ainda duas mostras de documentários. Retratos e Música reúnem perfis de personagens distintos como Paulo Francis ("Caro Francis", de Nelson Hoineff), Cildo Meirelles ("Cildo", de Gustavo Rosa de Moura") e Martinho da Vila ("O Pequeno Burguês", de Edu Mansur).
Esse pacote da Première reflete, na avaliação da diretora do Festival do Rio, "um momento extremamente rico e plural do cinema brasileiro, de equilíbrio entre filmes mais voltados para grandes bilheterias e obras mais autorais".
Os filmes nacionais poderão ser debatidos diariamente em encontros com diretores e atores no Pavilhão do Festival (av. Barão de Teffé, 75, Centro). No mesmo local acontece o Rio Market, série de seminários e rodadas de negócios que reúne executivos do cinema.

Convidados estrangeiros
Brasileiros à parte, o festival apresenta também um panorama vasto da produção estrangeira recente e leva ao Rio personagens importantes do cinema internacional. A maior homenagem é para a atriz francesa Jeanne Moreau, 81. Ela chega ao Rio hoje para acompanhar a exibição de dois filmes sobre sua carreira e participar de um bate-papo com o cineasta Cacá Diegues na manhã de sábado, no Odeon.
Outro convidado é o diretor Quentin Tarantino, que estará no Rio nos últimos dias do festival, para promover seu "Bastardos Inglórios".
A programação deste ano será exibida em 19 cinemas. Em paralelo, o projeto Cinema na Praça fará sessões gratuitas -reprises de infantis e comédias populares- em 20 espaços públicos da cidade. Com a iniciativa, o festival espera atrair um público 20% superior ao do ano passado, que atingiu 250 mil pessoas.



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