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Safra nacional reforça Festival do Rio
Em sua 11ª edição, mostra carioca tem um número recorde de inscrições e amplia o espaço para produções brasileiras
Evento, que começa nesta noite, apresenta mais de 300 filmes do mundo todo e traz Jeanne Moreau e Quentin Tarantino ao país
LEONARDO CRUZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma nova e caudalosa safra
do cinema nacional impulsiona
o Festival do Rio, que começa
hoje e leva à capital fluminense
mais de 300 filmes do mundo
todo -a sessão de abertura para convidados, nesta noite, no
Cine Odeon, terá "Aconteceu
em Woodstock", de Ang Lee.
Em sua 11ª edição, a mostra
recebeu número recorde de
produções brasileiras, ampliou
o espaço desses títulos e retomou uma seção dedicada a jovens realizadores do país.
Cerca de 120 longas nacionais foram inscritos para o festival, quase 40% a mais que o
total de 2008. "Foi difícil fechar
a programação nacional. Não
só porque foram mais filmes
mas também, e principalmente, porque o nível da produção
está muito alto. Isso aumentou
nossa responsabilidade na hora
das escolhas", afirma a diretora
do festival, Ilda Santiago.
Cinelândia
A mostra carioca selecionou
para este ano 43 longas -contra 38 no ano passado e 36 em
2007. Todos compõem a Première Brasil, já há alguns anos a
mais importante vitrine de filmes nacionais e que é dividida
em cinco subseções.
A principal delas é a competitiva, na qual 17 longas, entre ficções e documentários, disputarão o troféu Redentor em 13 categorias. O palco da disputa é o
tradicional Cine Odeon, na Cinelândia, onde serão apresentados filmes de diretores renomados como Beto Brant ("O
Amor Segundo B. Schianberg"),
Eliane Caffé ("O Sol do Meio-Dia"), Sandra Werneck ("Sonhos Roubados"), Sérgio Bianchi ("Os Inquilinos") e Suzana
Amaral ("Hotel Atlântico").
Há também estreantes na direção de longas, como o ator
Marco Ricca, que mostra "Cabeça a Prêmio", e Esmir Filho,
famoso pelo sucesso na internet do curta "Tapa na Pantera"
(2006), que apresenta "Os Famosos e os Duendes da Morte".
Essa corrida começa amanhã, com a estreia nacional de
"Viajo Porque Preciso, Volto
Porque Te Amo", de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, recém-exibido no Festival de Veneza.
O Cine Odeon ainda verá seis
nacionais "hors concours", incluindo "Antes que o Mundo
Acabe", de Ana Luiza Azevedo,
e "Insolação", de Felipe Hirsch
e Daniela Thomas.
A seção para jovens realizadores é a Novos Rumos, com
obras de oito diretores que assinam, no máximo, seus segundos longas. "São filmes que
apontam caminhos diferentes,
de uma garotada corajosa e disposta a correr riscos. Fazia sentido apresentá-los em um bloco
só", comenta Ilda Santiago.
A Première Brasil tem ainda
duas mostras de documentários. Retratos e Música reúnem
perfis de personagens distintos
como Paulo Francis ("Caro
Francis", de Nelson Hoineff),
Cildo Meirelles ("Cildo", de
Gustavo Rosa de Moura") e
Martinho da Vila ("O Pequeno
Burguês", de Edu Mansur).
Esse pacote da Première reflete, na avaliação da diretora
do Festival do Rio, "um momento extremamente rico e
plural do cinema brasileiro, de
equilíbrio entre filmes mais
voltados para grandes bilheterias e obras mais autorais".
Os filmes nacionais poderão
ser debatidos diariamente em
encontros com diretores e atores no Pavilhão do Festival (av.
Barão de Teffé, 75, Centro). No
mesmo local acontece o Rio
Market, série de seminários e
rodadas de negócios que reúne
executivos do cinema.
Convidados estrangeiros
Brasileiros à parte, o festival
apresenta também um panorama vasto da produção estrangeira recente e leva ao Rio personagens importantes do cinema internacional. A maior homenagem é para a atriz francesa Jeanne Moreau, 81. Ela chega ao Rio hoje para acompanhar a exibição de dois filmes
sobre sua carreira e participar
de um bate-papo com o cineasta Cacá Diegues na manhã de
sábado, no Odeon.
Outro convidado é o diretor
Quentin Tarantino, que estará
no Rio nos últimos dias do festival, para promover seu "Bastardos Inglórios".
A programação deste ano será exibida em 19 cinemas. Em
paralelo, o projeto Cinema na
Praça fará sessões gratuitas
-reprises de infantis e comédias populares- em 20 espaços
públicos da cidade. Com a iniciativa, o festival espera atrair
um público 20% superior ao do
ano passado, que atingiu 250
mil pessoas.
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