São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2010

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Brasil indica "Lula" para vaga no Oscar

Biografia do presidente dirigida por Fábio Barreto é escolhida por unanimidade por comissão ligada ao cinema

Júri refuta caráter político da indicação; 5 finalistas a prêmio de longa estrangeiro serão anunciados em janeiro

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO

O filme "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, foi escolhido ontem por uma comissão de especialistas para representar o Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar de filme estrangeiro em 2011.
A lista dos cinco finalistas sai em 25 de janeiro. A premiação acontece em 27 de fevereiro, em Los Angeles.
A comissão foi formada por nove representantes indicados pela Academia Brasileira de Cinema, pela Agência Nacional de Cinema e pelo Ministério da Cultura.
Fizeram parte do júri Roberto Farias, Jean-Claude Bernardet, Leon Cakoff, Cássio Starling Carlos, Clélia Bessa, Elisa Tolomelli, Frederico Hermann Barbosa Maia, Tata Amaral e Mariza Leão.
Para o diretor Roberto Farias, é coincidência ter sido escolhida a cinebiografia em ano de eleição. "Nós nos baseamos em elementos interessantes para a Academia [de Artes e Ciências Cinematográficas, que concede o prêmio], sem avaliar críticas políticas ou cinematográficas. Talvez Lula seja nosso maior astro. Não há ator tão conhecido quanto ele."
Para a diretora Tata Amaral, também foi importante que os produtores tivessem fôlego para levantar fundos para lançar o filme nos EUA.
"Lula é um personagem internacional que desperta curiosidade. Espero que isso faça com que a Academia aceite o filme como candidato."
Leon Cakoff, que também é diretor da Mostra de Cinema de São Paulo, disse que "não há elemento político".
"A própria intenção política do filme não vingou. Mas Lula vem fazendo seu marketing bem há oito anos." A produtora Paula Barreto achou positivo "o filme ter sido encarado apenas como filme". "É um épico feito aos moldes de Hollywood. Acho que pode agradar lá fora."

CRÍTICAS
O cineasta Fernando Meirelles, que participa da campanha de Marina Silva (PV), avaliou que o personagem pode ter pesado na decisão, "principalmente para os votantes americanos que não estão acompanhando este patético final de carreira do presidente". "Ver seu incrível início de trajetória tem interesse, sem dúvida."
Nos EUA, o longa vai ser lançado entre fevereiro e março de 2011. Sessões em dezembro vão ser realizadas especialmente para os membros do júri da Academia.
No Brasil, deve reestrear nas salas de cinemas se ficar entre os cinco finalistas ao Oscar de filme estrangeiro. Contabilizou até agora público de 1,1 milhão de pessoas.
Em novembro, começam as vendas em DVD. Na TV, o Canal Brasil detém os direitos para exibição entre os canais pagos e a Globo entre as emissoras abertas. O diretor Fábio Barreto está em casa, ainda em coma, após um acidente de carro em dezembro passado.

FOLHA.com
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