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Brasil indica "Lula" para vaga no Oscar
Biografia do presidente dirigida por Fábio Barreto é escolhida por unanimidade por comissão ligada ao cinema
Júri refuta caráter político da indicação; 5 finalistas a prêmio de longa estrangeiro serão anunciados em janeiro
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO
O filme "Lula, o Filho do
Brasil", de Fábio Barreto, foi
escolhido ontem por uma comissão de especialistas para
representar o Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar de
filme estrangeiro em 2011.
A lista dos cinco finalistas
sai em 25 de janeiro. A premiação acontece em 27 de fevereiro, em Los Angeles.
A comissão foi formada
por nove representantes indicados pela Academia Brasileira de Cinema, pela Agência Nacional de Cinema e pelo Ministério da Cultura.
Fizeram parte do júri Roberto Farias, Jean-Claude
Bernardet, Leon Cakoff, Cássio Starling Carlos, Clélia
Bessa, Elisa Tolomelli, Frederico Hermann Barbosa Maia,
Tata Amaral e Mariza Leão.
Para o diretor Roberto Farias, é coincidência ter sido
escolhida a cinebiografia em
ano de eleição. "Nós nos baseamos em elementos interessantes para a Academia
[de Artes e Ciências Cinematográficas, que concede o
prêmio], sem avaliar críticas
políticas ou cinematográficas. Talvez Lula seja nosso
maior astro. Não há ator tão
conhecido quanto ele."
Para a diretora Tata Amaral, também foi importante
que os produtores tivessem
fôlego para levantar fundos
para lançar o filme nos EUA.
"Lula é um personagem internacional que desperta curiosidade. Espero que isso faça com que a Academia aceite o filme como candidato."
Leon Cakoff, que também
é diretor da Mostra de Cinema de São Paulo, disse que
"não há elemento político".
"A própria intenção política
do filme não vingou. Mas Lula vem fazendo seu marketing bem há oito anos."
A produtora Paula Barreto
achou positivo "o filme ter sido encarado apenas como filme". "É um épico feito aos
moldes de Hollywood. Acho
que pode agradar lá fora."
CRÍTICAS
O cineasta Fernando Meirelles, que participa da campanha de Marina Silva (PV),
avaliou que o personagem
pode ter pesado na decisão,
"principalmente para os votantes americanos que não
estão acompanhando este
patético final de carreira do
presidente". "Ver seu incrível início de trajetória tem interesse, sem dúvida."
Nos EUA, o longa vai ser
lançado entre fevereiro e
março de 2011. Sessões em
dezembro vão ser realizadas
especialmente para os membros do júri da Academia.
No Brasil, deve reestrear
nas salas de cinemas se ficar
entre os cinco finalistas ao
Oscar de filme estrangeiro.
Contabilizou até agora público de 1,1 milhão de pessoas.
Em novembro, começam
as vendas em DVD. Na TV, o
Canal Brasil detém os direitos para exibição entre os canais pagos e a Globo entre as
emissoras abertas.
O diretor Fábio Barreto está em casa, ainda em coma,
após um acidente de carro
em dezembro passado.
FOLHA.com
Leia mais depoimentos
sobre a indicação
folha.com.br/il803798
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