São Paulo, sábado, 24 de setembro de 2011

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ROCK IN RIO

Esperanza Spalding quer disco com Milton

Instrumentista norte-americana toca com cantor e compositor brasileiro hoje no Palco Sunset do festival

Ela regravou "Ponta de Areia", convidou Milton para cantar em seu disco mais recente e tornou-se amiga dele


RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A americana Esperanza Spalding era uma jovem estudante de contrabaixo da famosa Berklee College of Music quando conheceu a música de Milton Nascimento.
Dali até tornar-se uma das mais jovens professoras da mesma Berklee, encontrar reconhecimento como ótima instrumentista e afinal ganhar o Grammy de Artista Revelação em 2011, a música de Milton continuou com ela.
Regravou "Ponta de Areia", convidou Milton para cantar em seu disco mais recente, tornou-se amiga e passou o último Ano Novo com ele.
Agora, na tarde de hoje, dentro da programação do Rock in Rio, o encontro da música dos dois se materializa em apresentação em dupla no Palco Sunset, às 16h45.
Em conversa em São Paulo, antes de partir para a Cidade do Rock, a instrumentista e cantora de 26 anos, simpática e elegante com um penteado afro, contou sobre sua relação com a música brasileira e a música de Milton e os planos de continuarem fazendo música juntos.

 


Folha - Você se lembra de quando tomou consciência da música brasileira como uma coisa única?
Esperanza Spalding
- Lembro de ter uma fita com várias coisas gravadas e uma delas era João Gilberto cantando, e isso foi "Uau". Depois, quando cheguei à Berklee, conheci a música de Hermeto Pascoal, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Joyce. Mas o que me lembro mais distintamente foi ouvir Milton pela primeira vez, no disco "Native Dancer", de Wayne Shorter.

Sabe dizer o que na música de Milton saltou ao seu ouvido?
Acho que não conseguiria. Pessoas assim são algo tão maiores que os elementos que você pode analisar com seu intelecto. Somente alguém muito mais eloquente e poético que eu poderia dizer. Se eu dissesse "Isso é o que eu gosto" e tirasse e analisasse, não seria a razão. É ele. Ele é a força de vida de sua música.

Sabia que ele é originalmente contrabaixista?
Eu sei, ele me contou. Passei a ficar nervosa [de tocar com ele]. Mas ainda não o vi com o contrabaixo. Ele não toca! Eu fico passando o baixo pra ele e ele, "Não, não". Um dia gostaria de ouvi-lo tocando. É engraçado, agora sabendo disso comecei a notar quanto as linhas de baixo são importantes em suas composições.

Como tem sido a experiência de tocarem juntos?
Passei o último Ano Novo na casa do Milton e lá nós tocamos muito, mas só pela diversão. Essa é a primeira vez que preparamos música para um show. Ele vai tocar violão e também só cantar em alguns momentos. Vamos fazer músicas dele, algumas canções minhas, e de alguns outros compositores.

É verdade que vocês farão um disco juntos?
Nós conversamos sobre a ideia de fazer um projeto juntos. A coisa mais sábia a fazer é tocar, ver como vai ser. Virei passar o próximo Ano Novo com ele novamente e trarei algumas canções que escrevi. Seria mais profundo que um sonho tornado realidade.


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