São Paulo, quinta, 24 de setembro de 1998

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TEATRO
Casa passa por reformas e altera seu nome
Auditório Augusta reabre em outubro

Cléo Velleda/Folha Imagem
Interior em reformas do teatro Augusta, que reabre no mês que vem


BRUNO GARCEZ
da Reportagem Local

A partir de outubro, São Paulo terá de volta uma das mais tradicionais casas de espetáculo da cidade, o auditório Augusta, agora rebatizado como teatro Augusta.
Fechado há quatro anos, o teatro, que já abrigou montagens como "Entre Quatro Paredes" e "Feliz Ano Velho", passa por reformas desde janeiro deste ano.
O projeto de restauração, orçado em R$ 2 milhões, praticamente recriou o espaço que antes se limitava a um palco e um auditório.
"Só mantivemos intactas as quatro paredes. Quando as obras tiveram início, o forro estava caindo e a armação que sustenta o teatro estava podre", diz o ator Joaquim Goulartt, mentor da restauração do Augusta e que também dirige o teatro.
A nova casa de espetáculos terá capacidade para mais de 300 pessoas e contará com palco de 10,3 metros de comprimento por 9 metros de profundidade e, pela primeira vez, será equipada com poltronas fixas. O antigo auditório Augusta tinha cadeiras móveis.
No fundo do palco, haverá duas janelas, com vista para o vale da avenida 9 de julho, que poderão ser abertas nos dias em que forem realizados shows e concertos.
O novo teatro Augusta terá ainda restaurante, cafeteria, livraria e uma sala de 87 metros quadrados que abrigará espetáculos experimentais, monólogos e workshops.
O projeto de reforma foi criado pelos arquitetos Ciro Pirondi e Cleri Grandi Laurinto e realizado pela Racional Engenharia, que também é uma das principais patrocinadoras do teatro Augusta, juntamente com a Pem Engenharia, a Servtec e a Cultura Inglesa.
Joaquim Goulartt diz querer que o teatro seja "um centro vivo", que funcione 24 horas por dia.
"Além de termos uma companhia de repertório do Augusta, deveremos também realizar cursos, fazer intercâmbios com companhias da América do Sul e ministrar workshops com diretores internacionais", afirma.
Para viabilizar seu projeto de utilização cultural do local, Goulartt criou a Associação de Amigos do Teatro Augusta, da qual participam, entre outros, Sábato Magaldi, Antunes Filho, Marcelo Rubens Paiva, Bete Coelho, Daniela Thomas e Antonio Abujamra.
Goulartt já participou da Companhia de Ópera Seca, do diretor Gerald Thomas, e tomou parte em montagens encenadas na França e na Áustria, que define como "produções experimentais".
É esse tipo de encenação que o diretor quer ver nos palcos do teatro Augusta.
"Busco montagens que fujam ao padrão comercial. O orçamento não precisa ser grandioso, mas sim o elenco e o texto encenado", afirma.
O antigo auditório Augusta foi criado em 1973. Dirigido pelos cineastas Luís Sérgio Person e Glauco Mirko Laurelli, o teatro exibiu encenações como "El Grande de Coca Cola" e "Investigação na Classe Dominante".



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