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VERSÃO VS. ORIGINAIS
Funkeiras assistem ao show da rapper que sampleou Tigrona; "não é funk", disse dançarina
M.I.A. decepciona fãs do funk carioca
DOS ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
Com calças jeans coladas e
barrigas de fora, as funkeiras Kamila de Oliveira, 19, cantora do
grupo Danadinhas, e Cristiane
Almeida, 23, dançarina das
Tchutchucas, assistiram ao
show de M.I.A. a convite da Folha, anteontem na primeira fileira. "O show dela é "manero", mas
não é uma apresentação de funk.
Só rolou o funk mesmo quando
a Deize entrou", concluiu Cristiane ao final do show de M.I.A.
"Essa pretinha [a MC Cherry]
aí arrasou na coreografia, ela é
nota 10. A roupa dela [shorts
curto e miniblusa] tá mais para o
estilo do funk. Nunca que a gente vai botar aquela roupa da
M.I.A", falou Cristiane. "Isso para o funk não tem nada a ver."
"A melhor hora foi quando a
Deize entrou, fiquei toda arrepiada", afirmou. "Ela tem uma
voz bonita, dá uns gritinhos demais", afirmou Kamila.
Autora de "Injeção", sampleada pela anglo-cingalesa em
"Bucky Done Gun", Deize Tigrona entrou para um pot-pourri de hits e cantou seu grande sucesso. Foi aplaudidíssima.
Emocionada, ela se despediu
agradecendo a zona sul. (O delírio da platéia, que paga R$ 100 o
ingresso, diante do funk carioca
não é de hoje: em 2003, o DJ
Marlboro foi uma das atrações.)
Ainda que M.I.A. esteja mais
para uma MC de hip hop do que
para uma funkeira, parte do público queria rebolar até o chão e
ficou decepcionado. "Quem salvou o show da M.I.A. foi a Deize.
A apresentação foi dividida em
duas partes: antes e depois da
Deize. Acho que ela [M.I.A.] entendeu mal o funk, lá fora ele é
visto muito mais como uma coisa carnavalesca", disse o historiador Jorge Ricardo Pereira, 40.
"Hoje a entrada do funk brasileiro lá no exterior está muito
mais fácil. É um momento de integração, de troca de influências;
estamos vendo uma cultura bem
carioca indo para o mundo. A
M.I.A. colocou na música dela as
batidas do funk carioca. O resultado acrescenta muito aos dois
lados", disse o DJ Buiu, 30.
Depois do show, Tigrona comentou "Bucky Done Gun".
"Me amarrei. Primeiro porque
era minha música, era funk, e ela
[M.I.A.] é super-humilde."
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