São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2008

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TIM Festival

Superprodução de Kanye West atrai poucos em SP

Com preço oficial de R$ 250, cambistas chegaram a vender ingressos por R$ 20

Área de show do rapper, anteontem, não teve capacidade de 4.000 lugares lotada; público reclama dos preços dos ingressos


BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos nomes mais badalados do hip hop, o norte-americano Kanye West tocou para poucos anteontem em São Paulo. O rapper se apresentou dentro da parte pop do Tim Festival, em uma tenda montada no parque Ibirapuera.
O preço do ingresso, R$ 250, certamente afastou o público. Com capacidade para 4.000 pessoas, a tenda parecia não ter nem metade da ocupação -segundo os organizadores, 3.320 bilhetes foram emitidos, entre ingressos vendidos e convites, mas até o fechamento desta edição, ainda não sabiam quanta gente havia efetivamente entrado no local.
Das pessoas que foram entrevistadas pela Folha no local, poucas afirmaram ter pago o valor total do ingresso. Muitos fizeram uso da meia entrada para estudante e vários disseram ter ganhado o ingresso.
Cinco minutos antes do horário marcado para o início do show (21h), apenas uma pequena parte do público ocupava a área próxima ao palco. A apresentação começou às 21h40, com parte do público ainda chegando à Arena de Eventos.
Pouco antes das 21h, cambistas vendiam ingresso a R$ 140. Após o início da apresentação, era possível comprar por R$ 20 -por volta da quinta música, um cambista tentava vender quatro entradas por R$ 70.
Parte do público reclamou do preço do ingresso. Na fila da bilheteria, a estudante Camila Di Cezar, 17, lembrou que no Tim Festival de 2007 era possível assistir a artistas como Björk, Hot Chip e The Killers pagando um único ingresso. Para o rapper Rappin" Hood, "o povo que gosta mesmo do Kanye West, que conhece ele, não tem dinheiro para pagar o ingresso. Eu mesmo, se tivesse que pagar o ingresso, não viria. Vim porque ganhei".

Metrossexualismo
O show de Kanye West teve caráter performático. O palco foi estilizado para simular um planeta desabitado, no qual West pousou após sua nave ser danificada. No fundo do palco, um telão enorme exibia imagens do espaço; no centro havia um outro telão, que se movia para cima e para baixo.
Para contar essa saga espacial, West usou muita fumaça, fogos e até um dinossauro -alguém chegou a classificar como uma mistura de "Jornada nas Estrelas" com "Super Xuxa contra o Baixo Astral".
"A performance dele foi excelente", elogiou Camila Pimentel, 22, hostess do hotel Hyatt, onde West e banda estão hospedados -ela ganhou convite de um músico. "Ele é um ícone, em termos de imagem, de metrossexualismo", disse a estilista Juliana Jabour, 30. "Show de rap às vezes é muito maçante, e nesse há toda uma história. Precisa ter coragem para cantar sozinho", disse o músico Daniel Ganjaman, 30.
Apesar dos elogios, a reação da platéia foi morna -apenas em algumas faixas o público se entusiasmou e muitos conversavam durante o show.

Cadê a banda?
O tamanho do cenário utilizado por Kanye West criou uma situação inusitada. Como não havia espaço suficiente na parte da frente, a banda que o acompanhava teve de ser colocada atrás do palco, fora da visão do público -por isso, muita gente achou que o rapper estava cantando em cima de bases pré-programadas.


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