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Crítica
Comédia "Golpe de Mestre" é hino à rebeldia
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Existe uma arte da comédia
fina que parece cada vez mais
distante. Ela já estava distante
ali nos idos de 1973, quando foi
feito "Golpe de Mestre"
(TCM, 22h; classificação indicativa não informada) -e,
àquela altura, Billy Wilder ainda estava vivo e ativo.
O grande momento dessa comédia são os anos 1930 até os
40. É uma arte do encontro, como a vida segundo Vinicius. Ela
se funda sobre um roteiro
exemplar. Mas há necessidade
de produtores que banquem
esse roteiro, de um diretor que
explore sua potencialidade e,
sobretudo, de atores que dêem
vida aos personagens.
Embora o indicado ao Oscar
de melhor ator tenha sido Robert Redford, que entra com
sua agilidade e elegância na
história, quem conduz a trama,
com seu caráter, é o personagem de Paul Newman, que está
disposto a vingar a morte de
seu mestre de malandragens
por um gângster.
De passagem, este é um alegre elogio do espírito de rebeldia, coisa que Hollywood se
permitia naquele momento.
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