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'O Estrangeiro Louco'
conclui trilogia cigana
Divulgação
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O ator francês Romain Duris, protagonista do filme "O Estrangeiro Louco"
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RUI MARTINS
especial para a Folha, na Suíça
Ao completar sua trilogia sobre o
povo cigano, o argelino Tony Gatlif emocionou 3.000 pessoas no
Festival de Locarno, em agosto.
Rodado na Romênia, "O Estrangeiro Louco" termina série de Gatlif iniciada há 15 anos, com "Os
Príncipes", e seguida, há quatro
anos, de "Latcho Drom".
Gatlif, apesar de seus nove filmes, é pouco conhecido fora da
comunidade cigana. Leia a seguir
trechos da entrevista que o cineasta concedeu à Folha, em Locarno.
Folha - Fale-nos da sua trilogia
sobre os ciganos.
Tony Gatlif - Com "O Estrangeiro Louco", concluo tudo o que
tinha para contar sobre os ciganos.
Para fazer "Os Príncipes", contei
tudo que de pejorativo vivi, desde
a infância. Em "Latcho Drom",
expliquei de onde vêm os ciganos,
desde a Índia até a Andaluzia, por
meio da música. Estava faltando
contar como era a vida dos ciganos, com seus palavrões e festas, e
fiz "O Estrangeiro Louco".
Folha - Como os ciganos interpretaram seus papéis?
Gatlif - O velho Isidore, por
exemplo, nunca tinha feito nem
fotos, antes do filme. Era um músico do interior, na Transilvânia,
que contratei para o filme pela maneira cabotina como tocava, pela
espontaneidade. Rona, que é atriz,
precisou entrar no mundo cigano,
para não ficar falso seu papel, e
procurou dormir nas tendas das
mulheres. O que não foi preciso
com Romain, o ator, porque seu
papel era justamente o do gadjo,
do não-cigano, do estrangeiro.
Folha - Como foi a escolha de Romain, como o ator estrangeiro?
Gatlif - Queria alguém que fosse um típico representante da burguesia francesa. Romain é isso, alguém que estudou belas-artes.
Folha - E Rona?
Gatlif - Eu estava fazendo um
casting entre as ciganas atrizes em
Bucareste, depois de ter feito na
França e na Alemanha, mas não
achava ninguém que fosse selvagem e feminina. Foi aí que alguém
me mostrou um vídeo com Rona.
Onde: hoje, às 21h10, no Masp - Grande
Auditório
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