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Televisão
Sete DVDs trazem 6º ano de "24 Horas"
Caixa inclui cenas excluídas, making of de explosão nuclear e participação cômica do ator Ricky Gervais
LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Carregada com sete discos e
muita polêmica dentro e fora
da tela, chegou às lojas a caixa
de DVDs da sexta temporada da
explosiva (mesmo) série "24
Horas", estrelada por Kiefer
Sutherland e que estreou na TV
brasileira em abril deste ano.
O box traz um CD bônus com
as tradicionais cenas excluídas,
refeitas, estendidas e com ângulos alternativos, e que contém também um especial sobre
os efeitos de maquiagem, o making of da cena de explosão nuclear em área urbana, uma interferência cômica do convidado Ricky Gervais, o onipresente
escritor e ator inglês do momento, além de vários "mobisodes", conteúdo exclusivo de
curta duração feito para divulgar a série por meio de celulares de última geração.
A sexta temporada começa
diferente das anteriores. O herói do seriado, o agente Jack
Bauer, uma espécie de James
Bond da geração PlayStation
(as iniciais seriam coincidência?), desta vez luta pela própria vida. E os ataques terroristas, que ele tanto evita, desta
vez já estão em pleno curso de
destruição.
O novo dia na (ainda) vida do
agente ora empregado, ora desempregado do governo americano começa em um tempo
equivalente a 20 meses depois
de quando a quinta temporada
acabou. Ele chega da China, onde passou como prisioneiro os
quase dois anos, sendo torturado como punição a um conflito
internacional que causou em
temporada passada. Cabeludo
e com uma barba enorme,
Bauer chega desfigurado, resgatado pelos EUA para servir
de moeda de troca com um terrorista árabe, que quer sua pele.
Jack Bauer volta a ser Jack
Bauer logo no início deste "Dia
6", quando, amarrado pelas
mãos e pés, consegue matar um
terrorista armado, em um ataque nada ortodoxo, com a boca.
Ficção?
O começo da sexta temporada de "24 Horas" nos EUA (em
janeiro deste ano) provocou
discussões sobre ficção e realidade. O país está sofrendo em
seu quintal uma série de ataques por parte de grupos muçulmanos. Um deles é praticado quando o terrorista explode
um ônibus usando um tocador
de MP3 similar ao iPod, uma
das principais invenções americanas dos tempos modernos.
A partir daí, um secretário de
Estado sustenta a manutenção
de campos de concentração de
muçulmanos nas grandes cidades americanas, julgando que
todo árabe e seus descendentes
são terroristas até prova em
contrário.
Enquanto isso, o contraterrorista Jack Bauer faz com as
próprias mãos a apologia da
tortura, em nome da salvação
do "mundo livre", sempre com
a permissão velada ou não da
Casa Branca "fictícia".
No ano passado, chamou a
atenção, nos EUA, um evento
bancado por uma fundação
conservadora, cujo tema era "A
série "24 Horas" e a Imagem dos
EUA na Luta contra o Terrorismo - Fato, Ficção ou Não Importa?". A discussão voltou
à baila em jornais e revistas
americanos.
A caixa de DVDs é uma oportunidade para os fãs assistirem
à série legendada, com som
original. No meio de sua exibição na TV, em julho, o canal
pago Fox passou a mostrar "24
Horas" (e outros seriados)
dublado, sem nenhum aviso
prévio, o que causou revolta
em muitos fãs.
24 HORAS
Distribuidora: Buena Vista
Quanto: R$ 150, em média
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