São Paulo, sábado, 24 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Televisão

Sete DVDs trazem 6º ano de "24 Horas"

Caixa inclui cenas excluídas, making of de explosão nuclear e participação cômica do ator Ricky Gervais

LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Carregada com sete discos e muita polêmica dentro e fora da tela, chegou às lojas a caixa de DVDs da sexta temporada da explosiva (mesmo) série "24 Horas", estrelada por Kiefer Sutherland e que estreou na TV brasileira em abril deste ano.
O box traz um CD bônus com as tradicionais cenas excluídas, refeitas, estendidas e com ângulos alternativos, e que contém também um especial sobre os efeitos de maquiagem, o making of da cena de explosão nuclear em área urbana, uma interferência cômica do convidado Ricky Gervais, o onipresente escritor e ator inglês do momento, além de vários "mobisodes", conteúdo exclusivo de curta duração feito para divulgar a série por meio de celulares de última geração.
A sexta temporada começa diferente das anteriores. O herói do seriado, o agente Jack Bauer, uma espécie de James Bond da geração PlayStation (as iniciais seriam coincidência?), desta vez luta pela própria vida. E os ataques terroristas, que ele tanto evita, desta vez já estão em pleno curso de destruição.
O novo dia na (ainda) vida do agente ora empregado, ora desempregado do governo americano começa em um tempo equivalente a 20 meses depois de quando a quinta temporada acabou. Ele chega da China, onde passou como prisioneiro os quase dois anos, sendo torturado como punição a um conflito internacional que causou em temporada passada. Cabeludo e com uma barba enorme, Bauer chega desfigurado, resgatado pelos EUA para servir de moeda de troca com um terrorista árabe, que quer sua pele.
Jack Bauer volta a ser Jack Bauer logo no início deste "Dia 6", quando, amarrado pelas mãos e pés, consegue matar um terrorista armado, em um ataque nada ortodoxo, com a boca.

Ficção?
O começo da sexta temporada de "24 Horas" nos EUA (em janeiro deste ano) provocou discussões sobre ficção e realidade. O país está sofrendo em seu quintal uma série de ataques por parte de grupos muçulmanos. Um deles é praticado quando o terrorista explode um ônibus usando um tocador de MP3 similar ao iPod, uma das principais invenções americanas dos tempos modernos.
A partir daí, um secretário de Estado sustenta a manutenção de campos de concentração de muçulmanos nas grandes cidades americanas, julgando que todo árabe e seus descendentes são terroristas até prova em contrário.
Enquanto isso, o contraterrorista Jack Bauer faz com as próprias mãos a apologia da tortura, em nome da salvação do "mundo livre", sempre com a permissão velada ou não da Casa Branca "fictícia".
No ano passado, chamou a atenção, nos EUA, um evento bancado por uma fundação conservadora, cujo tema era "A série "24 Horas" e a Imagem dos EUA na Luta contra o Terrorismo - Fato, Ficção ou Não Importa?". A discussão voltou à baila em jornais e revistas americanos.
A caixa de DVDs é uma oportunidade para os fãs assistirem à série legendada, com som original. No meio de sua exibição na TV, em julho, o canal pago Fox passou a mostrar "24 Horas" (e outros seriados) dublado, sem nenhum aviso prévio, o que causou revolta em muitos fãs.


24 HORAS
Distribuidora:
Buena Vista
Quanto: R$ 150, em média


Texto Anterior: Show: Memorial promove encontro de hip hop
Próximo Texto: Homenagem à Bruxa do 71: Fã-clube de Chaves faz encontro com dubladores
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.