São Paulo, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

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CONEXÃO POP

E em 2009...


Ano será preenchido por Radiohead; clubes abrem em São Paulo; e estudo contesta a teoria da "cauda longa"

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

NA SEMANA passada, esta coluna trouxe o que de melhor tivemos em 2008, de MGMT a Fleet Foxes e Copacabana Club.
E em 2009? O que teremos?

 

Antes, posso alterar aquele "melhores de 2008"? Não dá para finalizar lista dos melhores shows do ano e não colocar o da Madonna, no último domingo, no Morumbi. Não é nem por ela ter chorado de emoção e tal, mas por "Like a Virgin", a capela, e por "Beat Goes On" -como essa faixa, bem "mais ou menos" em disco, ganha peso ao vivo...
 

E não dá para fazer lista sobre o que vai rolar em 2009 sem mencionar o Radiohead, talvez a única banda roqueira em atividade que falta se apresentar no Brasil. Thom Yorke e cia. tocam em março no Rio e em São Paulo, com abertura do Kraftwerk (conheço gente que quer ver apenas o Kraftwerk...).
Ainda em shows, mas menores, claro, há a expectativa para o Who Loves the Sun, festival nos moldes do All Tomorrow Parties, que acontece na Europa e nos EUA. O WLTS deve ocorrer em junho, na Grande SP, com bandas como Silver Jews (confirmada), Of Montreal (em negociação) e Beach House (também em negociação).
Dos festivais corporativos (Skol Beats, Tim Festival, Motomix, Nokia Trends, Planeta Terra, Orloff Five...), todos devem acontecer em 2009. Com o Radiohead já acertado, por quem esses eventos devem brigar? O Strokes deve voltar a excursionar; o White Stripes pode lançar disco; Amy Winehouse é uma incógnita; o Portishead tem comportamento bissexto; especulam-se as voltas de Smiths e Stone Roses...; será que, em tempos velozes de MP3 e YouTube, faltam nomes novos e grandes para fechar festivais? Os formatos desses eventos devem mudar? Devem, talvez, ficar menores, focando em nichos de públicos?
 

A noite de São Paulo ganhará movimentação inédita no ano que vem. O sucessor do Lov.e está por sair; os proprietários do Vegas abrem agora em janeiro dois bares; o Neu, já em funcionamento, abrirá "oficialmente" em alguns dias; pelo menos um clubinho roqueiro deve chamar ainda mais gente à região da Augusta.
 

A internet consolidará a democratização da produção e distribuição de cultura? Para muitos, que seguem de olhos vendados Chris Anderson, editor da "Wired" e autor da "teoria" da "cauda longa" (as empresas deixam de faturar alto com poucos hits para vender mais em nichos variados), sim. Mas há controvérsia.
Extenso estudo realizado por pesquisadores britânicos (da MCPS-PRS Alliance) mostra que, das 13 milhões de músicas disponíveis para compra na rede, 10 milhões não tiveram nem um comprador. Zero. E que 80% dos lucros vêm de apenas 52 mil músicas. Dá para encontrar reportagem sobre o estudo no canal de entretenimento do "Times" (http://entertainment.timesonline.co.uk).

thiago.ney@grupofolha.com.br


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