São Paulo, sexta-feira, 24 de dezembro de 2010 |
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CRÍTICA DRAMA Naturalismo de "Bom Coração" exibe virtudes e falhas do estilo RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA "O Bom Coração" é uma pequena vitrine para que dois atores de diferentes gerações exibam as virtudes -mas também revelem as limitações- do naturalismo; da arte que se pretende uma reprodução fiel da vida. Os protagonistas são Brian Cox, veterano ator e primeiro intérprete de Hannibal Lecter, em "Caçador de Assassinos" (1986), e Paul Dano, precoce talento de "Pequena Miss Sunshine" (2006) e "Sangue Negro" (2007). Jacques (Cox) é dono de um bar em Nova York que serve como clube informal de alcoólatras, com regras estritas: sem novos membros, sem confraternizações com os clientes e sem mulheres. Com graves problemas no coração, Jacques adota o sem-teto Lucas (Dano) para tocar o bar caso ele morra. Mas Lucas quebra as regras ao dar abrigo à atormentada April (Isild Le Besco) e entra em choque com Jacques. A principal contribuição do diretor islandês Dagur Kari para esse pequeno filme independente é dar um tom gélido e depressivo a toda e qualquer cena, como se miséria humana fosse sinônimo de grandeza artística. De resto, o papel de Kari em "O Bom Coração" parece ser abrir espaço para o show de Cox e Dano. E, dentro dos preceitos do naturalismo, um show eles dão, transformando Jacques e Lucas em figuras críveis, até gostáveis. Mas suas competentes atuações carecem daquilo que os personagens mais necessitam: transcendência, capacidade não de imitar o real, e sim de iluminá-lo. O BOM CORAÇÃO DIREÇÃO Dagur Kari PRODUÇÃO Dinamarca, EUA, França e Alemanha, 2009 COM Paul Dano e Brian Cox ONDE nos cines Belas Artes, Espaço Unibanco Pompeia e circuito (hoje alguns cinemas mudarão seus horários; confira a programação antes de sair) CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Crítica/Comédia: "O Concerto" exala exotismo de cinema pseudo-sofisticado Próximo Texto: Rei faz show de Natal em Copacabana Índice | Comunicar Erros |
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