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O fotógrafo de São Paulo
German Lorca, que eternizou em imagens a SP de 1954, faz novos registros de marcos da cidade a convite da Folha
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
TUCA VIEIRA
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
A São Paulo de 1954 que comemorava seu quarto centenário teve um fotógrafo oficial.
German Lorca, na época com
31 anos, eternizou em imagens
os festejos do dia, com cliques
de uma praça da Sé ainda com o
imponente Palacete Santa Helena em pé e o vale do Anhangabaú como cenário de um desfile
militar, entre outros.
A convite da Folha, o filho de
imigrantes espanhóis que viveu sua infância em um Brás
com ruas de paralelepípedos
documentou a São Paulo atual,
que hoje completa 453 anos.
Lorca, hoje com 84 anos, percorreu caminhos parecidos para registrar a metrópole contemporânea e encontrou alguns resquícios daquela antiga
cidade em desenvolvimento.
"As coisas mudaram, mas
ainda tenho muito prazer em
fotografar a cidade", conta Lorca, que, como exemplo das
transformações, lembra a região onde fica o parque Ibirapuera, em 1949, com paisagem
totalmente diversa da atual.
"Sempre ia para locais distantes do centro para conseguir imagens diferentes. Um
dia, descendo da Vila Mariana,
cheguei onde é hoje o Ibirapuera, cheio de eucaliptos", diz o
fotógrafo, que, cinco anos depois, faria no local um de seus
mais clássicos registros, com a
Oca -desenho futurista de Oscar Niemeyer, dominando o
plano como se fosse um disco
voador- observada por uma
senhora e por uma criança.
A produção de Lorca tem sido revalorizada nos últimos
anos, como prova retrospectiva
dele em cartaz na Pinacoteca
do Estado. Visto como um dos
pioneiros da fotografia moderna no Brasil, sua inquietação
nos anos 40 e 50 tinha apoio na
produção "subversiva" de colegas como Thomaz Farkas, 82, e
Geraldo de Barros (1923-1998).
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