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Crítica
Comédia privilegia a crônica social
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Alguns sucessos da
Globo Filmes exploram a fórmula
do "e se?", como em "A
Dona da História" (2004):
e se uma mulher de 55
anos (Marieta Severo)
reencontrar sua versão
moça (Débora Falabella)
para rever o passado?
"A Grande Família - O
Filme" tem relação direta
não só com a idéia, mas
também com Marieta,
agora como Nenê. Em
flashback, ela aguarda em
um baile a chegada de um
rapaz, mas vem outro, que
depois será seu marido.
Nenê, você sabe pelo seriado, se casou com o funcionário público Lineu
(Marco Nanini). E se tivesse escolhido Carlinhos
(Paulo Betti), agora um gerente de supermercado? O
próprio Lineu começa a
acreditar que ela ganharia
mais com o outro quando
desconfia estar próximo
da morte e se angustia
com o futuro dos seus.
Mais ou menos como
em "Corra Lola, Corra"
(1998), Lineu fará as coisas
de um jeito, depois de outro, e de outro. Suas ações
interferem diretamente
no destino de Nenê, dos filhos, do genro e da vizinha.
O tom não é de comédia
rasgada. Embora o elenco
crie bons momentos de
humor, um clima de crônica social domina a história, muito brasileira em
seu olhar sobre pais de família que se esfolam para
sustentar a casa e sobre
adultos desempregados. E
se o país fosse diferente?
Não haveria graça, claro,
nos personagens de "A
Grande Família".
A GRANDE FAMÍLIA - O FILME
Direção: Maurício Farias
Produção: Brasil, 2006
Com: Marco Nanini, Marieta Severo, Guta Stresser
Quando: em cartaz no Unibanco Arteplex e circuito
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