São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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Crítica

Comédia privilegia a crônica social

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Alguns sucessos da Globo Filmes exploram a fórmula do "e se?", como em "A Dona da História" (2004): e se uma mulher de 55 anos (Marieta Severo) reencontrar sua versão moça (Débora Falabella) para rever o passado?
"A Grande Família - O Filme" tem relação direta não só com a idéia, mas também com Marieta, agora como Nenê. Em flashback, ela aguarda em um baile a chegada de um rapaz, mas vem outro, que depois será seu marido.
Nenê, você sabe pelo seriado, se casou com o funcionário público Lineu (Marco Nanini). E se tivesse escolhido Carlinhos (Paulo Betti), agora um gerente de supermercado? O próprio Lineu começa a acreditar que ela ganharia mais com o outro quando desconfia estar próximo da morte e se angustia com o futuro dos seus.
Mais ou menos como em "Corra Lola, Corra" (1998), Lineu fará as coisas de um jeito, depois de outro, e de outro. Suas ações interferem diretamente no destino de Nenê, dos filhos, do genro e da vizinha.
O tom não é de comédia rasgada. Embora o elenco crie bons momentos de humor, um clima de crônica social domina a história, muito brasileira em seu olhar sobre pais de família que se esfolam para sustentar a casa e sobre adultos desempregados. E se o país fosse diferente?
Não haveria graça, claro, nos personagens de "A Grande Família".


A GRANDE FAMÍLIA - O FILME   
Direção: Maurício Farias
Produção: Brasil, 2006
Com: Marco Nanini, Marieta Severo, Guta Stresser
Quando: em cartaz no Unibanco Arteplex e circuito


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