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Autor é um dos "néoréacs", a nova direita francesa
DA REPORTAGEM LOCAL
A turma do filósofo-celebridade Bernard Henry-Lévy, "novos"
pensadores -surgidos para a vida pública nos anos 70- críticos
do marxismo e dos consensos de
esquerda, tem estado no centro
do debate político na França nos
últimos meses. Essa nova direita,
ou "néoréacs" (neo-reacionários), na expressão de artigo da revista "Nouvel Observateur", incluiria ainda os filósofos André
Glucksmann e Alain Finkielkraut.
A explosão dos conflitos nas periferias das grandes cidades do
país, em 2005, foi a senha para entrarem em cena com força, principalmente os dois últimos. Atearam fogo na compreensão bondosa das razões dos jovens que incendiavam carros como se elas
fossem simples Renaults. A revolta foi caracterizada por um dos
novos direitistas, Finkielkraut,
como conflito "étnico-religioso".
Ele fez questão de dizer que "a
maioria dos que protestavam"
eram negros ou árabes, "com
uma identidade muçulmana", e
que ver na revolta "uma resposta
ao racismo francês é estar cego
para um ódio bem mais amplo: o
que existe contra o Ocidente". As
declarações, feitas ao jornal israelense "Haaretz", foram duramente criticadas na França.
Segundo o "Nouvel Observateur", o que unifica os "novos reacionários" é a crença de que o
mundo vive desde o 11 de Setembro uma guerra em que o Ocidente e seus valores são atacados por
"bárbaros". Há coerência no seu
discurso, e a reação que empreendem contra o "politicamente correto" cria simpatizantes. Os novos
direitistas argumentam que foram e ainda são vítimas de uma
hegemonia intelectual de esquerda que não permite dissidências.
Para a "Nouvel Observateur", eles
apresentam idéias do senso comum conservador como se fossem "audácias intelectuais".
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