Fundação Antoni Tàpies, em Barcelona, sediará retrospectiva da artista

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A temporada brasileira de artes na Espanha não chega ao fim com a recém-finalizada presença de mais de cem artistas na 27ª edição da Arco e suas mostras paralelas.
A Fundação Antoni Tàpies, em Barcelona, um dos principais centros de arte contemporânea do país, irá inaugurar, entre janeiro e fevereiro do ano que vem, uma ampla retrospectiva de Anna Maria Maiolino, 65, com cerca de 150 obras.
Italiana radicada no Brasil desde 1960, inicialmente no Rio, onde participou de exposições-chave da arte brasileira, como "Opinião 66", em 1966, e "Nova Objetividade Brasileira", em 1967, e depois em São Paulo, onde reside desde 2005, Maiolino tem cada vez mais ganhado ressonância crítica e institucional de sua obra. Após uma exposição em 2005 na Pinacoteca do Estado (SP) e de retrospectiva com curadoria de Paulo Venancio Filho no Miami Art Central, em 2006, Maiolino estreará com uma mostra de maiores proporções na Europa a partir do convite da fundação de Barcelona.
"Sinto-me muito valorizada e honrada com essa exposição", diz a artista em seu ateliê em Perdizes, onde a curadora-chefe da fundação, Nuria Enguita Mayo, e a curadora da mostra, Helena Tatay, selecionaram trabalhos.
"É uma artista muito importante. A partir da longa abordagem da mostra na Pinacoteca, ficou claro como sua trajetória é sólida e bastante contemporânea", afirma Mayo.

Processo
Segundo Mayo, a exposição de Maiolino deve privilegiar seu lado processual, ou seja, de como ela, sob múltiplas linguagens (instalação, vídeos, esculturas, objetos, fotografias), elabora sua poética artística.
"O desenho pode ser um bom condutor de todas essas suas facetas", diz Mayo. "Ele é mais claro às vezes, menos evidente em outras, mas é um traço que articula toda a sua obra."


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