São Paulo, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

"Sputnik" põe mundo louco com Rio no centro

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A existência, e o mundo com ela, prescinde de lógica, parece nos dizer "O Homem do Sputnik" (Canal Brasil, 10h40; livre), de Carlos Manga.
Pois estamos em plena Guerra Fria, os russos lançam o primeiro foguete espacial, o "sputnik", o assombro é geral... E, no entanto, onde veio cair o "sputnik"? Segundo o filme, no quintal de Oscarito, em pleno Rio de Janeiro.
Essa disposição geográfica, que enlouquece gregos e troianos, russos e americanos, além de trazer ao Brasil uma igual de Brigitte Bardot (Norma Bengell), traduz um estado de espírito que nunca mais o Rio experimentou: o de ser centro do mundo. Não era. Como o Brasil inteiro, era uma periferia total em 1959. Mas tinha o sentimento de ser centro do mundo.
A fundação de Brasília feriu mortalmente essa autoimagem feliz que, de certa forma, transpirava para todo o país e de que a chanchada foi a mais completa expressão.
Essa autoestima é algo que os jogos olímpicos e/ou petróleo podem resgatar. A chanchada, nunca.


Texto Anterior: Televisão: MTV completa 20 anos e quer ser mais TV de humor do que de música
Próximo Texto: José Simão: Sapatinha posa pro SAPARAZZO!
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.