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Eastwood revê carreira em caixa com 34 filmes
Diretor diz que já pensa em parar por um tempo, mas bons roteiros o impedem
Coleção de DVDs do ator,
que faz 80 anos em maio,
deve chegar ao Brasil em
julho, com documentário
feito por crítico de cinema
FERNANDA EZABELLA
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES
Clint Eastwood começou e
terminou dois filmes no ano
passado, assim como lançou
outros dois em 2008 e dois em
2006. O ritmo de trabalho do
diretor de 79 anos é intenso,
mas ele nunca gastará mais de
alguns meses numa produção.
"Quatro semanas está ótimo", brinca Eastwood, num
evento para convidados em Los
Angeles, na semana passada.
"Acho ótimo que alguém queira
fazer filmes como "Avatar",
"Distrito 9", adoro efeitos especiais, são muito divertidos. Mas
eu ainda gosto de fazer filmes
que contam histórias [...] E adoro ter uma vida, uma família."
Eastwood rodou o inédito
"Hereafter" em 2009, um thriller sobrenatural sobre três
pessoas que tiveram experiências de quase morte, além do
recém-lançado "Invictus". "Às
vezes, eu penso em parar [de
trabalhar] por um tempo, mas
daí aparece aquele roteiro ótimo...", disse, num auditório lotado, num museu da cidade.
A prolífica carreira do diretor
americano, vencedor de quatro
Oscars, está sendo celebrada
com uma caixa com 19 DVDs e
34 filmes, para comemorar as
quase quatro décadas de parceria com os estúdios Warner
Bros, iniciada para valer em
1971, com "Perseguidor Implacável" ("Dirty Harry").
No Brasil, deve ser lançada
em julho uma caixa com cinco
DVDs, ainda sem títulos definidos, com um livro de luxo e um
documentário de 20 minutos.
A coleção completa está à venda na Amazon.com por US$ 129
(cerca de R$ 260); ficaram de
fora os "spaghetti westerns"
com Sergio Leone e sua estreia
na direção ("Perversa Paixão",
1971), já que não são da Warner.
O livro e o curta-metragem
são assinados por Richard
Schickel, 77, amigo de longa data e crítico veterano da revista
Time, que já escreveu uma extensa biografia de Eastwood.
"Os críticos não gostavam de
seu trabalho no início", disse
Schickel a um grupo de jornalistas estrangeiros. "Também
não gostei quando vi pela primeira vez [os faroestes com
Leone], acho que eu era muito
tradicionalista [...] Eu já pedi
desculpas até, só fui entender
uma década depois [...] O mesmo aconteceu com "Dirty
Harry", eu achava que era um
bom filme, mas não tudo isso.
Acho que tive medo de dizer,
porque todo mundo estava tão
maravilhado. Mas hoje adoro."
O curta é uma colagem de filmes de Eastwood, intercalados
por cenas do diretor visitando
os estúdios Warner, entre cenários antigos, o guarda-roupa
com figurinos históricos e a sala de música instrumental que
ganhou seu nome. É uma obra
chapa-branca, ou seja, sem detalhes dessa relação diretor-estúdio, que costuma ser sempre
bastante conflituosa.
"Clint fica muito confortável
quando estou circulando com a
câmera. O filme é bem leve, não
é um estudo pesado, sério sobre
seu trabalho", explica Schickel.
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