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SHOW
Grupo lança o disco "Procedimentos de Emergência"
Em nova fase, banda de hardcore Hateen se prepara para "hypar"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Onde você estava em 1997?"
Essa frase apareceu estampada
em lambe-lambes em muros de
SP no final do ano passado. Na seqüência, "1997", um hardcore
melódico que narrava uma desilusão amorosa começou a tocar
sem parar na MTV e nas rádios de
rock. Em três meses, foi parar entre as dez mais pedidas, ao lado de
hits de Pitty e do CPM22.
Seu autor, Rodrigo Koala, vocalista da banda Hateen, é a nova
aposta de Rick Bonadio, o produtor que "criou" o Mamonas Assassinas e está por trás de discos
do CPM22, Charlie Brown Jr. etc.
"Ele [Koala] é um hitmaker", afirma Bonadio. "Penso em uma carreira longa para o Hateen."
Longa, na verdade, a vida da
banda já é. Há 12 anos tocando no
underground paulistano, o Hateen cansou de ser a sombra do
CPM22, grupo com quem divide
o baterista, o Japinha, e preparou
um disco -e estratégia de marketing- com novo repertório,
agora em português.
Isso foi o bastante para que, dos
porões e casas de rock alternativas, como o Hangar 110, o Hateen
fosse parar em palcos para 5.000
pessoas, como o do Tom Brasil,
onde eles fazem hoje o show de
lançamento do novo CD, "Procedimentos de Emergência".
Esse é o sétimo disco do grupo,
considerado da velha-guarda do
"emocore", vertente do hardcore
mais melódica, com letras de
amor. Cada um deles vendeu, em
média, 5.000 cópias. Agora, eles se
preparam para "hypar".
Um termômetro disso é a comunidade do Hateen no site de
relacionamentos Orkut, que pulou de 3.000 fãs, em outubro, para
mais de 10 mil, atualmente.
Recomeço
"É um recomeço. Todo o esforço que fizemos na fase underground existe, mas temos total noção de que é uma nova carreira", afirma Koala, 33. "Foram 12
anos para formar uma musicalidade e agora fazer valer tudo o
que gente já tocou na vida."
Os vários anos ensaiando na garagem se fazem sentir no álbum,
que traz letras maduras, bem elaboradas, acima da média das outras bandas de emocore.
Os destaques são faixas como
"Inferno Pessoal" ("Estou de volta ao meu inferno pessoal/ por
muito tempo achei que isso era
normal/ estou de volta onde tudo
começou...") e "Uma Vida sem
Saudade" ("E, de repente, tudo é
escuridão/ já não tenho mais os
sinais pra me guiar/ se a queda é
certa, o que me resta é tentar...").
"A gente está adorando cantar
em português", conta Koala. "É
bom fazer o show e ver que as pessoas estão entendendo. Em inglês,
ninguém entende bulhufas."
Os fãs das antigas, diz ele, torceram o nariz com a fase mais pop.
"Normal, é a milícia do rock underground", compara. "A gente
sempre quis viver de rock. Unir o
útil ao agradável foi o melhor podíamos fazer." Koala afirma que,
mesmo agora, o Hateen não descarta o peso: "Existe uma nuance
de sonoridade que é o rock pop e
o pop rock. No nosso caso, mesmo com a veia pop forte, o rock
ainda é a palavra da frente". Hoje
é o dia de conferir isso.
(AFS)
Hateen e CPM22
Quando: hoje, às 21h30
Onde: Tom Brasil - Nações Unidas (r.
Bragança Paulista, 1.281, SP, tel. 0/xx/
11/ 2163-2000)
Quanto: R$ 50
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