São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2007

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Blockbusters já batem recordes

"Homem-Aranha 3" será vinculado a 2.000 produtos; empresa investe R$ 5 mi para lançar "Piratas do Caribe 3"

Lançamento de "Shrek Terceiro" aproveita início das férias e associa imagem do ogro verde a pelo menos quatro empresas globais


Divulgação
Sandman (Thomas Haden Church) e Homem-Aranha (Tobey Maguire) em cena de "Homem-Aranha 3', que inicia temporada


DA REPORTAGEM LOCAL

O último dos blockbusters número três a chegar ao mercado brasileiro, "Shrek Terceiro", em 15 de junho, não é necessariamente um lanterninha. Nesse mercado, um filme pode funcionar mais como um chamariz para uma série de produtos a serem comercializados.
"Ser o último da fila privilegia "Shrek'", diz o diretor-geral da Paramount Pictures Brasil, Cesar Silva. "Todos que forem assistir ao "Homem-Aranha" e "Piratas" vão ver o trailer de "Shrek" e ficar curiosos. Além disso, ele entra em cartaz um pouco antes das férias escolares por aqui, e este é um tipo de filme que atrai crianças, além de adolescentes e adultos."
De olho principalmente nesse mercado, as distribuidoras já estão preparando outra invasão, a dos bonequinhos, comidas, roupas etc.
A Paramount, por exemplo, diz que o ogro verde -que no Brasil terá a voz do dublador profissional Mauro Ramos no lugar de Bussunda, morto no ano passado- terá sua imagem associada a, no mínimo, quatro grandes empresas globais. Nas próximas semanas, redes de lanchonetes como McDonald's e cereais como Kellogg's estamparão os personagens.
Para divulgar "Piratas do Caribe 3: No Fim do Mundo" no Brasil, a Buena Vista Internacional iniciará uma campanha de custo inicial de R$ 5 milhões, que envolve propaganda em TV, rádio, cinema, ônibus etc., segundo o diretor-geral da empresa, Rodrigo Saturnino.
"É a campanha de maior custo da história da empresa", diz Saturnino, que cita produções da Pixar, com campanhas em torno de R$ 4 mi, como as antigas recordistas.
Outro que cita quebra de recordes antes mesmo de o filme estrear é o presidente da ITC, companhia responsável pela venda de licenças de "Homem-Aranha" no Brasil, Peter Carrero. "Já fechamos 51 contratos para o lançamento de 2.000 produtos diferentes relacionados ao filme", afirma Carrero, que cita a marca de calçados Grendene e os alimentícios da Nestlé, entre outros. Segundo ele, o antigo recordista da ITC nesse ramo foi "Hulk", que rendeu 19 contratos.

Mercados estrangeiros
A exibição de "Homem-Aranha 3" no Japão, antes mesmo de ser mostrado nos EUA, indica como as estratégias de marketing estão mudando.
Em entrevista ao jornal "Financial Times", o analista da Sony Yuji Fujimori afirmou que o mercado de filmes nos EUA não está crescendo. Outro analista afirmou à agência France Presse que o Japão serve para testar a reação da audiência; se o filme não provocar boas reações por ali, a estratégia de marketing para o restante do mundo é alterada.
À Folha, o supervisor-geral da Sony Pictures para a América Latina, Steven O'Dell, não confirma as informações, mas diz que o Japão é o mercado número um para o Homem-Aranha após os EUA. "Filmes baseados em histórias em quadrinhos são muito populares no Japão", diz O'Dell.
Ele afirma ainda que o Brasil é um dos países mais importantes para o filme no mundo: "O Brasil está no top ten dos maiores mercados. É o país onde o faturamento do segundo filme da série mais aumentou em relação ao primeiro".
Como disse recentemente o CEO da Dreamworks Animation, Jeffrey Katzenberg, em uma conferência a investidores em Nova York, "todos vão ver "Shrek", "Piratas" ou "Homem-Aranha". A diferença é saber qual desses vai ser visto várias vezes". (BRUNO YUTAKA SAITO)


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