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Após visita, MAC aprova Detran, sua nova sede
Diretora do Museu de Arte Contemporânea da USP elogia o espaço, que vai abrigar a instituição e ganhará reformas
Idéia é abrir o novo local em 2009; último andar do prédio-sede, com vista panorâmica de São Paulo, pode ganhar restaurante
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
A direção do Museu de Arte
Contemporânea da USP, em
sua primeira visita ao prédio do
Detran, conduzida pelo diretor
do órgão, Ruy Estanislau, anteontem, aprovou as condições
do edifício para abrigar a instituição. A mudança foi anunciada, na semana passada, pelo secretário estadual de Cultura,
João Sayad.
"Ficamos entusiasmados, vimos o prédio em detalhes, e a
infra-estrutura é totalmente
adequada, as condições museológicas são muito boas, além de
o edifício estar em ótimas condições de conservação", diz Lisbeth Rebollo Gonçalves, diretora do MAC.
Durante a visita, Gonçalves
verificou não só que o Detran
tem condições de abrigar a coleção moderna do museu, que
pode ser distribuída no prédio
principal, com nove andares
-são 21,8 mil m2, apesar de um
pé direito relativamente baixo,
de 3,7 m-, mas que o acervo de
arte contemporânea pode ser
exibido no pavilhão anexo, com
cerca de 4.600 m2 e pé direito
superior a 8 m, o que é bastan-
te adequado para obras como
instalações, que caracterizam
a produção recente de vários
artistas.
Há outros quatro anexos disponíveis, e a direção do MAC
acredita que, no conjunto, cheguem a mais 2.400 m2. Com isso, o museu passa a contar com
cerca de 28 mil m2. O edifício-sede foi inaugurado em 1954,
projetado pelo arquiteto Oscar
Niemeyer.
"Todo o complexo do Detran
ficará com o museu, até mesmo
um auditório, que está em ótimas condições e possui 370 lugares. Com isso, poderemos
dispor o acervo de forma adequada, e até mesmo criar residências artísticas", diz a diretora do MAC.
Outro detalhe que animou
Gonçalves foi descobrir a existência de dois grandes cofres,
que poderão receber as obras-primas do acervo, algumas delas cotadas em valores que chegam a milhões de dólares, como o auto-retrato de Modigliani, feito em 1919, uma das mais
valiosas do museu.
O MAC possui cerca de 8.000
obras, além de manter a guarda
da coleção do ex-banqueiro
Edemar Cid Ferreira, com
mais cerca de 1.500 trabalhos,
especialmente fotografias.
Não há ainda previsão para a
saída do Detran, mas a diretora
acredita que ocorra em breve e
já tem previsão para a inauguração do novo MAC: "Vamos
saber em breve quando o Detran irá desocupar o prédio, recebemos hoje as plantas, mas
gostaríamos de abrir o museu
em abril de 2009, quando o
MAC irá comemorar 46 anos".
Segundo Gonçalves, os custos da reforma do local e da implantação do museu estão sendo acertados entre a reitoria da
USP e a Secretaria de Estado da
Cultura.
"Sabemos que há um grande
empenho do governo do Estado. É provavel que eles mesmos indiquem o arquiteto responsável pela reforma, mas
creio que o [Oscar] Niemeyer
será consultado."
Na visita, a diretora ficou
surpresa com a vista panorâmica da cidade que se tem do último andar do edifício-sede.
"Creio que se pode pensar em
montar um bar, uma livraria ou
mesmo um bom restaurante
aqui", afirmou.
Atualmente, além da sede na
USP, o MAC dispõe de uma
parte do edifício da Bienal de
São Paulo, que fica de frente
para o local do novo museu, onde a instituição organiza exposições e tem parte de seu acervo. "Por enquanto, nosso foco é
o novo prédio, não pretendemos desocupar nada, até mesmo para verificar a adequação
das novas instalações. Esse é
um debate futuro."
Com a nova sede, a diretora
do MAC acredita que o museu
entre em nova fase.
"É emocionante pensar o
que se fez em 44 anos, em situações precárias e com a falta
de identidade por não se ter
uma sede com visibilidade.
Agora, tudo isso vai mudar", diz
Gonçalves.
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