|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Lost" se perde em mais dúvidas
Série ainda tem quatro capítulos inéditos antes de terminar com episódio duplo em 23 de maio nos EUA
Lentidão em solucionar mistérios aumenta devoção e ódio; TV paga brasileira exibe sexta temporada com duas semanas de atraso
Ilustração Pepe Casals
|
|
Montagem feita pela Folha com o universo de "Lost"
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Falta pouco para terminar.
Apenas quatro episódios separam "Lost" de seu episódio final, em 23 de maio, nos EUA.
No Brasil, a temporada passa
com duas semanas de atraso,
mas o canal AXN não quis divulgar uma data para o fim.
Falta muito para acabar. A
série, criada por J.J. Abrams,
Carlton Cuse e Damon Lindelof, deixou para o último mês de
exibição mais dúvidas que respostas -na próxima terça, está
programada uma reprise.
Mesmo os mistérios solucionados têm clima nebuloso ou
não fecham as equações da série, iniciada em 2005, sobre um
grupo de passageiros de um
avião que cai numa ilha mágica
e de localização incerta.
Nos episódios anteriores de
"Lost", o monstro diz a Sawyer
que não pode cruzar o canal entre as duas ilhas na forma de fumaça, mas aparece diante de
Michael na figura de Christian
Shepard, em alto-mar, quando
uma bomba explode e mata a
tripulação do cargueiro.
Na primeira cena do final da
quinta temporada, a caravela
Pedra Negra surge num dia ensolarado de calmaria no mar.
Neste ano, em "Ab Aeterno", o
mesmo navio chega à noite em
meio a uma tempestade e se
choca com a cabeça da estátua
de mais de 20 metros num tsunami que o leva ilha adentro.
Além de erros de continuidade, alguns mistérios parecem
ter sido jogados para debaixo
do tapete e vão terminar sem
solução. Por que os Outros falam latim? O que é a caixa mágica e como o pai de Locke surgiu
na ilha? Mais do que os sobreviventes, perdidos mesmo estão
os mais de 10 milhões de telespectadores só nos EUA.
E mesmo as explicações que
foram dadas não encerram as
dúvidas que as cercam. Se os
sussurros são produzidos pelos
mortos amarrados à ilha por
problemas cármicos, por que
anunciavam sempre a chegada
ou a presença dos Outros, vivinhos da silva? Se os números
estão atrelados a cada um dos
candidatos, por que fazem Hurley ganhar na loteria e qual o
papel deles na Dharma?
Para manter o espírito do seriado, os produtores vão deixar
para os 45 minutos do segundo
tempo os grandes mistérios da
trama, como o que são a ilha, o
Monstro de Fumaça, a relação
entre Jacob e o Homem de Preto, a herança egípcia e a missão
de cada personagem. "Across
the Sea", o 15º de um total de 18
episódios, deve concentrar algumas dessas respostas.
A lentidão em desvendar os
segredos da ilha multiplicam as
teorias na internet e criam devoções e ódios pela série.
Enquanto isso, as perguntas
vêm aumentando. O capítulo
da última terça respondeu a
apenas uma. Em compensação,
deixou no ar o terror de Sun ao
ver Locke chegar à emergência
do hospital com ela. De onde
eles se conhecem na realidade
alternativa? Aliás, o que é isso?
A tarefa de juntar os pedaços
tampouco é fácil, principalmente se você não se lembrar
de detalhes anteriores (nisso, a
Lostpedia.com pode ajudar).
Os criadores prometeram em
diversas entrevistas -inclusive
à Folha- que tudo será explicado. Será um feito. Não de todo impossível, mas bem complicado. Mas sempre haverá
um flashback para ajudar. Ou
pelo menos desviar a atenção
dos buracos pelo caminho.
FOLHA ONLINE
Leia final da série criado para a Folha
pelo roteirista Newton Cannito
www.folha.com.br/101126
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Análise: Nada se resolve e tudo se complica Índice
|