São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 2011

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Ilustrador lança "Ordinário", coletânea de tiras mudas

Rafael Sica diz que a ausência de palavras é parte do processo natural do trabalho: "o silêncio é mais inquietante e sugestivo"

DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

O ilustrador gaúcho Rafael Sica, 30, diz que os momentos de silêncio durante a entrevista não têm a ver com timidez. Ele é de poucas palavras. Nada que vá surpreender quem folhear a coletânea de tirinhas "Ordinário", que Sica lançou na semana passada pela editora Companhia das Letras.
As histórias -feitas em branco e preto com caneta, pincel e bico de pena- são mudas, não têm diálogos. "É o processo natural do meu trabalho", conta à Folha. "Tirei as palavras pouco a pouco. Vi que o silêncio é bem mais inquietante e sugestivo."
A parte da sugestão ele pôde ver em tempo real, conforme publicava os quadrinhos no blog rafaelsica.zip.net. "Os leitores deixavam comentários, tentando adivinhar o que eu estava querendo dizer", afirma. "Isso me agradou."
Outra peculiaridade do formato virtual é a liberdade. "Possibilita a experimentação, e não há a cobrança que eu tinha quando publicava tirinhas em jornais. Não é uma relação de trabalho."
Sica publicava HQs no Folhateen, no início dos anos 2000. As histórias reunidas em "Ordinário" foram publicadas on-line entre os anos de 2007 e de 2009.
São relatos da vida cotidiana em uma cidade, muitas vezes violenta e vazia. O gibi tem formato de Moleskine, com bordas arredondadas e as as tirinhas impressas na horizontal. Hoje, sua renda vem de trabalhos de ilustração. Ele já recebeu dois prêmios HQMix, de prestígio entre quadrinistas brasileiros.

ORDINÁRIO

AUTOR Rafael Sica
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 29,90 (128 págs.)


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