São Paulo, sexta-feira, 25 de maio de 2007

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Houston, Texas, Brasil

Museu de belas artes de Houston exibe coleção de Adolpho Leirner e se consolida como um ponto de referência para a arte brasileira

TEREZA NOVAES
ENVIADA ESPECIAL A HOUSTON

A cidade é conhecida como base de diversas companhias de petróleo, dos apoiadores do presidente George W. Bush (que lá cresceu) e do centro de treinamentos de astronautas da Nasa. Mas Houston, no Texas, também está se transformando na principal referência para a arte brasileira -e latino-americana- nos EUA. O Museum of Fine Arts, Houston (MFAH, museu de belas artes) deu um importante passo nessa direção ao adquirir a coleção de arte construtivista brasileira de Adolpho Leirner, que expõe desde domingo. Anunciada em março, a venda gerou polêmica.
"Foi uma perda grande, pois se trata de um acervo valioso para o país, embora eu saiba que o museu de Houston tem todas as condições de tê-lo e conservá-lo devidamente", afirma Aracy Amaral, autora do livro sobre a coleção. As 98 peças se somam aos 760 trabalhos da coleção de arte latino-americana moderna e contemporânea da instituição.
Na porta principal do museu, os visitantes são recebidos por uma obra do brasileiro Tunga, composta por colunas e sinos de ferro. A instalação é parte da exibição da coleção de Diane e Bruce Halle. Nela, há também trabalhos da brasileira Mira Schendel, da venezuelana Gego e dos cubanos Felix González-Torres e Ana Mendieta. Neste ano, o museu realizou outra exposição de arte brasileira com grande repercussão. "The Body of Color" reuniu peças de Hélio Oiticica (1937-1980) e será exibida na Tate Modern, em Londres, já no dia 6. Além da mostra, a porto-riquenha Mari Carmen Ramírez, curadora e diretora do ICAA (International Center for the Arts of Americas), participa da catalogação da obra de Oiticica.
O ICAA é outro braço importante do museu. Realiza o projeto Documentos da Arte Latino-Americana e Latino-Norte-Americana do Século 20, cuja meta é recuperar e publicar documentação sobre a arte latina. Se a arte brasileira ganha papel relevante no museu, artistas de outros países da região também têm merecido destaque, como evidenciou a recente mostra do argentino Xul Solar (1887-1963), que havia passado pela Pinacoteca, em 2005.


A jornalista Tereza Novaes viajou a convite do Museu de Belas Artes de Houston


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