|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Houston, Texas, Brasil
Museu de belas artes de Houston exibe coleção de Adolpho Leirner e se consolida como um ponto de referência para a arte brasileira
TEREZA NOVAES
ENVIADA ESPECIAL A HOUSTON
A cidade é conhecida como
base de diversas companhias
de petróleo, dos apoiadores do
presidente George W. Bush
(que lá cresceu) e do centro de
treinamentos de astronautas
da Nasa. Mas Houston, no Texas, também está se transformando na principal referência
para a arte brasileira -e latino-americana- nos EUA.
O Museum of Fine Arts,
Houston (MFAH, museu de belas artes) deu um importante
passo nessa direção ao adquirir
a coleção de arte construtivista
brasileira de Adolpho Leirner,
que expõe desde domingo.
Anunciada em março, a venda
gerou polêmica.
"Foi uma perda grande, pois
se trata de um acervo valioso
para o país, embora eu saiba
que o museu de Houston tem
todas as condições de tê-lo e
conservá-lo devidamente",
afirma Aracy Amaral, autora do
livro sobre a coleção.
As 98 peças se somam aos
760 trabalhos da coleção de arte latino-americana moderna e
contemporânea da instituição.
Na porta principal do museu,
os visitantes são recebidos por
uma obra do brasileiro Tunga,
composta por colunas e sinos
de ferro. A instalação é parte da
exibição da coleção de Diane e
Bruce Halle. Nela, há também
trabalhos da brasileira Mira
Schendel, da venezuelana Gego
e dos cubanos Felix González-Torres e Ana Mendieta.
Neste ano, o museu realizou
outra exposição de arte brasileira com grande repercussão.
"The Body of Color" reuniu peças de Hélio Oiticica (1937-1980) e será exibida na Tate
Modern, em Londres, já no dia
6. Além da mostra, a porto-riquenha Mari Carmen Ramírez,
curadora e diretora do ICAA
(International Center for the
Arts of Americas), participa da
catalogação da obra de Oiticica.
O ICAA é outro braço importante do museu. Realiza o projeto Documentos da Arte Latino-Americana e Latino-Norte-Americana do Século 20, cuja
meta é recuperar e publicar documentação sobre a arte latina.
Se a arte brasileira ganha papel relevante no museu, artistas de outros países da região
também têm merecido destaque, como evidenciou a recente
mostra do argentino Xul Solar
(1887-1963), que havia passado
pela Pinacoteca, em 2005.
A jornalista Tereza Novaes viajou a convite do
Museu de Belas Artes de Houston
Texto Anterior: Thiago Ney: Justin e rock caipira Próximo Texto: Petróleo move cultura de Houston Índice
|