São Paulo, domingo, 25 de maio de 2008

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Escritor e terapeuta Roberto Freire morre aos 81 anos

O corpo do criador da somaterapia, e autor de "Sem Tesão Não Há Solução" e "Ame e Dê Vexame", é cremado

Freire também foi roteirista do programa "TV Mulher" e escreveu os primeiros capítulos da novela "O Amor É Nosso", ambos na Globo

DA REPORTAGEM LOCAL

O escritor e terapeuta Roberto Freire, criador da somaterapia, baseada nas teorias psicanalíticas do austríaco Wilhelm Reich (1897-1957), morreu na noite de sexta-feira, aos 81 anos, em São Paulo. A notícia foi divulgada ontem.
Em respeito a um pedido deixado em carta por Freire, não houve cerimônia fúnebre, e seu corpo foi cremado ontem, no cemitério de Vila Alpina. A família não divulgou a causa da morte. Freire deixa três filhos: Pedro, Paulo e Roberto.

Trajetória
Roberto Freire nasceu em 1927, em São Paulo. Formado em medicina com especialização em psiquiatria, teve também uma presença marcante na vida intelectual e cultural brasileira, atuando como escritor, dramaturgo, cineasta, roteirista de TV e jornalista.
Além dos livros ligados à sua "filosofia do tesão" e à Soma, como "Sem Tesão Não Há Solução" e "Ame e Dê Vexame", Freire alcançou grande sucesso com o seu primeiro romance, o best-seller "Cléo e Daniel" (1966), adaptado por ele mesmo para o cinema em 1970, com Myriam Muniz, John Herbert e Sônia Braga no elenco. Parte de sua bibliografia foi relançada pela editora Francis.
Na TV, Freire escreveu para o programa "TV Mulher", para o seriado "Obrigado Doutor" e ainda os primeiros capítulos da novela "O Amor É Nosso", de 1981, todos na Rede Globo.
Como jornalista, escreveu para as revistas "Realidade" e "Caros Amigos", entre outras. No teatro, Freire lecionou na EAD (Escola de Arte Dramática) a convite de Alfredo Mesquita e dirigiu espaços como o Teatro Brasileiro de Comédia e o Tuca, vindo a conviver com Sábato Magaldi, Flávio Rangel, Plínio Marcos, Flávio Império, entre outros.
Em 2003, aos 77 anos, Freire lançou sua autobiografia "Eu É um Outro" (Maianga, R$ 39, 448 págs.). Na época, em entrevista à Folha, ele falou sobre o amor: "Do amor pode-se fazer uma necropsia, nunca uma biópsia. Se eu examiná-lo, paro de amar. O amor não é para ser entendido, mas sentido, experimentado". E da velhice: "Sempre fui um cara muito ativo, muito criativo, viajante, movido pela paixão. Agora, na velhice, as doenças me imobilizam. Hoje (...) sou impotente para escrever, que é o que mais gosto de fazer".


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