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Arto Lindsay indicou compositor
TETÉ RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM NOVA YORK
Por trás de todas as atrações do
Carlton Arts, há uma pessoa que
pensou -no caso, o conceito, a
apresentação, o enfoque. Na verdade, várias pessoas, pois cada
área do evento multimídia foi entregue a um curador específico.
A Folha conversou em Nova
York com os responsáveis pelas
áreas de moda e fotografia, cinema e música. Esta última foi entregue a um nome que é velho conhecido dos brasileiros.
Arto Lindsay, americano nascido em Garanhuns (PE), é fundador da mítica banda Ambitious
Lovers e produtor de Marisa
Monte e Caetano Veloso, entre
outras coisas. Foi dele a idéia de
levar Karlheinz Stockhausen e sua
música erudito-eletrônica para o
festival em São Paulo.
"Ele passou por várias fases e influenciou meio mundo, como a
banda francesa Air, por exemplo", diz esse músico que mora
em Nova York, mas tem um apartamento no Rio, onde passa três
meses por ano.
"A ida de Stockhausen tem tudo
a ver com a geração dos anos 90
que, ao contrário do pessoal dos
anos 80, tem muita curiosidade."
Já a área de cinema ficou nas
competentes mãos do canadense
Noah Cowan, curador do Festival
de Toronto e antigo admirador
do conterrâneo David Cronenberg. "Cresci na terra dele, e nossa
ligação começou quando eu era
jovem", conta.
"Minha mãe, Nuala Fitzgerald,
fez parte do elenco do filme "The
Brood", de 1979. Eu tinha 11 anos e
me lembro dela chegando em casa à noite, vinda das filmagens. Eu
perguntava como tinha sido o seu
dia, e ela respondia: "Estranho"."
Sobre o misterioso novo filme
do cineasta, "Spider", que está
sendo rodado com Ralph Fiennes
e Miranda Richardson no elenco,
Cowan só deixa escapar que essa é
a razão pela qual o diretor não poderá estar no Brasil durante o festival. "Cronenberg está mantendo
sigilo absoluto sobre tudo."
Por fim, a parte de moda e fotografia é responsabilidade do inglês Neville Wakefield. Um dos
autores da idéia da mostra "Exquisite Corpse", viabilizou o desfile da grife Imitation of Christ, a
mais crítica e de vanguarda de
Nova York hoje em dia.
"A Imitation nunca faz um desfile tradicional", conta. "Faz suas
peças desconstruindo roupas já
produzidas por grifes tradicionais, depois junta as partes, criando uma coisa nova. Para São Paulo, resolveram desconstruir roupas de grifes brasileiras."
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