São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2001

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Arto Lindsay indicou compositor

TETÉ RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

Por trás de todas as atrações do Carlton Arts, há uma pessoa que pensou -no caso, o conceito, a apresentação, o enfoque. Na verdade, várias pessoas, pois cada área do evento multimídia foi entregue a um curador específico.
A Folha conversou em Nova York com os responsáveis pelas áreas de moda e fotografia, cinema e música. Esta última foi entregue a um nome que é velho conhecido dos brasileiros.
Arto Lindsay, americano nascido em Garanhuns (PE), é fundador da mítica banda Ambitious Lovers e produtor de Marisa Monte e Caetano Veloso, entre outras coisas. Foi dele a idéia de levar Karlheinz Stockhausen e sua música erudito-eletrônica para o festival em São Paulo.
"Ele passou por várias fases e influenciou meio mundo, como a banda francesa Air, por exemplo", diz esse músico que mora em Nova York, mas tem um apartamento no Rio, onde passa três meses por ano.
"A ida de Stockhausen tem tudo a ver com a geração dos anos 90 que, ao contrário do pessoal dos anos 80, tem muita curiosidade."
Já a área de cinema ficou nas competentes mãos do canadense Noah Cowan, curador do Festival de Toronto e antigo admirador do conterrâneo David Cronenberg. "Cresci na terra dele, e nossa ligação começou quando eu era jovem", conta.
"Minha mãe, Nuala Fitzgerald, fez parte do elenco do filme "The Brood", de 1979. Eu tinha 11 anos e me lembro dela chegando em casa à noite, vinda das filmagens. Eu perguntava como tinha sido o seu dia, e ela respondia: "Estranho"."
Sobre o misterioso novo filme do cineasta, "Spider", que está sendo rodado com Ralph Fiennes e Miranda Richardson no elenco, Cowan só deixa escapar que essa é a razão pela qual o diretor não poderá estar no Brasil durante o festival. "Cronenberg está mantendo sigilo absoluto sobre tudo."
Por fim, a parte de moda e fotografia é responsabilidade do inglês Neville Wakefield. Um dos autores da idéia da mostra "Exquisite Corpse", viabilizou o desfile da grife Imitation of Christ, a mais crítica e de vanguarda de Nova York hoje em dia.
"A Imitation nunca faz um desfile tradicional", conta. "Faz suas peças desconstruindo roupas já produzidas por grifes tradicionais, depois junta as partes, criando uma coisa nova. Para São Paulo, resolveram desconstruir roupas de grifes brasileiras."



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